Incômodo nos membros inferiores na hora de dormir? Pode ser síndrome das pernas inquietas; entenda
Um dos distúrbios do sono, a SPI afeta cerca de 5% a 10% da população, segundo estudo da USP
A hora de dormir tem tudo para ser um momento tranquilo, mas, para algumas pessoas, é quando o problema começa. Quem tem a síndrome das pernas inquietas (SPI) — um dos distúrbios do sono —, nota que, ao invés de o corpo relaxar, os membros inferiores sentem um desconforto que só é cessado com o movimento.
De acordo com um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), cerca de 5% a 10% da população sofre com o problema, que surge com mais frequência após os 40 anos, principalmente em mulheres, mas pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer idade.
Causas do distúrbio
O distúrbio não tem uma causa específica, podendo ser classificado como SPI primária ou secundária. No caso das primárias, a doença é o próprio sintoma, conforme explica o neurocirurgião João Gabriel Gomes.
Ainda segundo o especialista, quando se trata de uma síndrome das pernas inquietas secundária, as principais causas associadas são deficiências de algumas vitaminas, deficiência de ferro, doenças renais. Nesses casos, alguns comportamentos podem agravar os sintomas.
"Beber muito café antes de dormir, o alcoolismo, o tabagismo e até mesmo o uso de antidepressivos podem intensificar o desejo quase que incontrolável de mexer as pernas", destaca João Gabriel Gomes.
Em ambos os casos, a síndrome, que pode provocar também arrepios, formigamentos, pontadas e até dores nas pernas, tende a se intensificar em momentos de estresse e picos de ansiedade.
Melhora na qualidade de vida
Quem sofre com a síndrome, além de ter dificuldades para dormir, ainda lida com um dia conturbado, justamente por não ter tido uma boa noite de sono. Mas o problema também pode afetar quem convive ao redor, já que muitas vezes o portador dorme junto do parceiro.
"Acaba sendo um tratamento duplo, porque você trata uma pessoa e duas pessoas ficam satisfeitas", comenta o neurocirurgião.
O tratamento é individualizado. Para a SPI primária, são utilizados medicamentos calmantes e sedativos. Já com as secundárias, o tratamento é direcionado para o que está desencadeando as crises.
"A maioria dos pacientes quando tem a raiz do problema solucionada apresenta uma melhora significativa dos sintomas. Por isso é muito importante investigar o que causa para tratar a síndrome da maneira adequada e obter mais sucesso nesse processo, já que é um problema crônico", finalizou João Gabriel Gomes.
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