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Intolerâncias e alergias alimentares: como identificar e conviver com essas condições

A nutricionista Stella Lima Bezerra explica como identificar e lidar com alergias e intolerâncias

Stella Lima Bezerra, nutricionista do Hospital Jayme da Fonte - Arthur Mota

A frequência das alergias e intolerâncias alimentares aumentou significativamente nos últimos 30 anos, segundo estudo realizado pela Universidade King's College London, no Reino Unido. A causa é considerada multifatorial: o consumo de alimentos ultraprocessados, mudanças ambientais, os hábitos alimentares e o estilo de vida contemporâneo.

De acordo com a nutricionista Stella Lima Bezerra, do Hospital Jayme da Fonte, apesar de serem frequentemente confundidas, as duas condições possuem diferenças importantes.

É intolerância ou alergia alimentar?
Segundo Stella, as intolerâncias alimentares ocorrem quando o organismo não consegue digerir ou metabolizar certos alimentos devido à falta ou deficiência de enzimas específicas, como acontece no caso da lactose. Já a alergia alimentar, o sistema imunológico reconhece essas proteínas como invasoras e reage produzindo anticorpos. Os sintomas também são diferentes.

“Na intolerância alimentar, o desconforto é predominantemente gastrointestinal, com gases, diarreia, náuseas e inchaço abdominal. Já a alergia alimentar pode desencadear reações rápidas, como urticária, dificuldade para respirar e vômitos, além de casos graves como o choque anafilático, que impede a respiração”, alerta. 
 

Cuidados
Para identificar se os sintomas estão relacionados a uma alergia ou intolerância, é fundamental buscar um diagnóstico médico. Entre os alimentos mais associados às alergias estão leite, ovos, amendoim, nozes, trigo, peixes, frutos do mar e soja. Já nas intolerâncias, a lactose e o glúten, proteínas do leite e do trigo, respectivamente, são os principais causadores de desconforto.

Com o diagnóstico correto e o acompanhamento de profissionais especializados, é possível conviver com alergias ou intolerâncias alimentares de forma segura e equilibrada.

“Para as intolerâncias, recomenda-se reduzir ou eliminar o alimento que causa o desconforto, substituindo-o por alternativas seguras, ou utilizando enzimas”, explica.

No caso das alergias, a principal recomendação é evitar completamente o alimento alergênico. 

“É essencial ler os rótulos dos alimentos, preparar refeições separadas para evitar contaminação cruzada e, em situações de emergência, ter à disposição medicamentos prescritos, como a adrenalina injetável”, ressalta.
 

Dentre as emergências, anafilaxia é a reação alérgica mais severa e pode ser fatal se não tratada rapidamente.

“Os sinais incluem inchaço nos lábios e na língua, dificuldade para respirar, queda de pressão arterial e confusão mental.”, orienta.

Casos de intolerância alimentar raramente evoluem para emergências, mas podem causar um desconforto considerável. No entanto, caso evolua, o ideal é buscar ajuda médica.

infográfico alergias e intolerâncias alimentares

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