Intoxicação alimentar: saiba quais são as causas e como evitar
Silas Lima, coordenador da UTI do Hospital Jayme da Fonte, pontua como identificar o problema
Intoxicação alimentar é uma condição médica causada por alimentos contaminados por microrganismos, como fungos e bactérias. O consumo desses alimentos contaminados pode gerar sintomas como diarreia, vômito e desidratação. A contaminação pode acontecer pelo manuseio incorreto dos alimentos, falta de higienização das mãos, armazenamento inadequado ou por produtos químicos, por exemplo.
“Os principais sintomas de uma intoxicação alimentar podem estar relacionados ao nosso aparelho digestivo. Inicialmente, pode vir um quadro de mal estar geral, com tonturas. Logo em seguida, vai vir aquela ânsia de vômito e, posteriormente, o vômito. Depois, pode vir as cólicas abdominais, e diarreia, podendo aparecer, em quadros mais graves, a sonolência, pressão baixa, febre e manter um quadro cada vez mais grave, dependendo da quantidade ingerida”, pontua Silas Lima, coordenador da UTI do Hospital Jayme da Fonte.
Em casos mais graves, sintomas como sangue nas fezes e desidratação também podem aparecer. Os primeiros sintomas costumam aparecer em um período curto após a ingestão do alimento contaminado. De acordo com o médico, a intoxicação alimentar vai ter início de duas a oito horas após a ingestão e a duração pode variar da gravidade do sintoma.
Intoxicação x infecção: qual a diferença?
Apesar de serem causadas pela ingestão de alimentos contaminados, infecção e intoxicação alimentar são quadros diferentes, com tipos de agentes distintos.
“A diferença entre intoxicação e infecção alimentar é mais conceitual. Inicialmente, a intoxicação vai ser no início da alimentação. A gente está no ambiente, traz aquelas toxinas, o que tem de mal ali naquele alimento e a gente vai tentar eliminar, vômito, seja por quadro de diarreia, pelas evacuações, e mantendo esse quadro com a fragilidade do intestino, a gente pode ter um translocamento, ou seja, aquele germe, além da sua toxina, ele pode acessar o nosso trato digestivo e causar uma infecção sistêmica, ou seja, acometer todo o organismo, podendo ser uma infecção limitada ao intestino, podendo ser uma infecção mais ampla e até um quadro muito mais grave”, explica.
Tratamentos e prevenção
O diagnóstico de intoxicação alimentar é feito pelo relato de sintomas e por meio de exames laboratoriais. “O diagnóstico da intoxicação alimentar é um diagnóstico clínico. ver quais foram os sintomas, há quanto tempo começou, qual era a características dos sintomas, ou seja, como era o aspecto desse vômito? Tinha resto alimentar? Como era essa evacuação? Qual era o aspecto? Tinha raios de sangue?”, explica Silas Lima.
O tratamento da intoxicação por alimentos é definido de maneira individual para cada caso. A indicação é feita com base nos sintomas apresentados pelo paciente, tendo como principal objetivo evitar a desidratação.
“O tratamento vai ser basicamente a gente reidratar, ou seja, manter a ingesta de líquidos, e é importante, mesmo sem vontade, a gente alimentar. Comer pouco, afinal, não adianta forçar porque o paciente está com muito mal estar. Mas não havendo mais vômitos, é importante voltar a alimentação. Nos quadros mais graves, os que trazem alteração da pressão, sonolência, vômitos persistentes, diarréia com sangue, uma diarreia persistente, é importante a vinda para a emergência, para iniciar o tratamento, que muitas vezes ele é com reposição de soro e podendo ser necessário ainda iniciar antibiótico, muitas vezes em regime de internação hospitalar”, comenta.
Para prevenir a intoxicação alimentar, é importante manter alguns cuidados, tanto com o armazenamento dos alimentos quanto com a higiene.
“Para evitar uma intoxicação alimentar, é importante a gente ter a higiene das nossas mãos antes da alimentação, no preparo da alimentação, mesmo em casa. Os alimentos comidos crus, fruta, verdura, precisam ser higienizados adequadamente. Então, aquela solução de água com hipoclorito, que precisa ficar imerso antes da alimentação. Os alimentos como carne, carne e frango, eles precisam ser bem grelhados, bem cozidos, e o leite e o ovo são alimentos também de consumo pós cozimento. Isso evita que exista um crescimento bacteriano e possa estar trazendo algum dano para o nosso organismo”, finaliza.