Lúpus pode afetar diversos órgãos e tecidos: veja tratamento e prevenção

Lúpus pode afetar diversos órgãos e tecidos: veja tratamento e prevenção

A reumatologista do Hospital Jayme da Fonte, Drª Helena Carneiro Leão - Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

Doença autoimune que alcança diversos órgãos e tecidos do corpo humano, o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) está entre as mais de 80 doenças dessa classificação mais conhecidas atualmente, sendo uma das potencialmente mais graves e importantes. Atinge pele, articulações, rins e cérebro, provocando inflamações, e não é transmissível de pessoa para pessoa.

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Segundo o Ministério da Saúde, o Lúpus é mais comum entre as mulheres, mas pode se manifestar em ambos os sexos. A maior parte dos diagnósticos acontece entre os 15 e 40 anos e, ainda de acordo com a pasta, é mais comum em pessoas afro-americanas, hispânicas e asiáticas. Além disso, a incidência chega a ser de até quatro vezes maior em mulheres negras do que em mulheres brancas.

Lúpus tem cura?
A reumatologista do Hospital Jayme da Fonte, Drª Helena Carneiro Leão, explica que a doença sistêmica tem predisposição genética e, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, maiores serão as chances de controle do Lúpus, que não tem cura, mas possui complicações.

“As principais complicações e envolvimento dos órgãos de sistema do Lúpus refere-se, principalmente, às membranas do coração e do pulmão e, principalmente, ao rim. As lesões são silenciosas. Em muitas das vezes, [o Lúpus] compromete a função renal, chegando até à insuficiência [renal], hemodiálise e transplante”, explica ela.

E o diagnóstico?
Por enquanto, não há um exame específico para diagnosticar o Lúpus. Isso pode ser feito com segurança, a partir de exames de sangue, urina e dos sintomas apresentados ao médico durante o exame físico. 

“O tratamento do Lúpus pode ser feito através de medicamentos, como a hidroxicloroquina, que vai atuar no controle e na prevenção das complicações. Usamos também os corticosteróides, em baixas doses, até o uso da pulsoterapia [doses mais altas]. Utiliza-se também os imunossupressores que funcionam para prevenir as lesões mais graves no rosto”, complementou a reumatologista.

O Ministério da Saúde explica que o Lúpus pode se manifestar em até quatro formas distintas. São elas:
Lúpus discoide: Surgimento de lesões avermelhadas com tamanhos, formatos e colorações específicas na pele, principalmente no rosto, nuca e couro cabeludo.
Lúpus sistêmico: É o mais comum e pode ser leve ou grave, dependendo da situação. Há inflamação em todo o organismo do paciente, comprometendo órgãos ou sistema, além da pele, rins, coração, pulmões, sangue e articulações.
Lúpus neonatal: o tipo raro afeta filhos recém-nascidos de mulheres que têm o Lúpus. Quando nasce, o bebê tem erupções na pele, problemas no fígado ou baixa contagem de células sanguíneas, porém esses sintomas tendem a desaparecer naturalmente, com o passar dos meses.
Lúpus induzido por drogas: essa forma também é comum e acontece porque substâncias de algumas drogas e/ou medicamentos podem provocar inflamação com sintomas parecidos com o lúpus sistêmico.

“Os métodos de prevenção são: Alimentação adequada, atividade física, evitar estresses e, no caso do Lúpus, evitar exposição solar, já que é um fator de gatilho e que traz muitas dificuldades na nossa cidade [Recife], por conta do nosso clima. A gente tem sol praticamente o ano todo. Lúpus é uma doença que pode se associar com outras comorbidades. Por isso, é preciso estar sempre atento a tudo, a vacinação e a prevenção de infecções. Enfim, é uma doença que vai exigir o investimento pessoal de cada paciente, juntamente com o seu médico, de forma contínua”, finaliza Carneiro Leão.

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