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Musicoterapia pode ajudar no desempenho de pacientes que precisam aprimorar comunicação

Especialista detalha assunto e explica o poder que a música tem sobre os seres humanos

Vitor Hugo Stangler, psiquiatra do Hospital Jayme da Fonte - Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

A musicoterapia é um trabalho híbrido, que une arte e saúde, e teve início nos Estados Unidos, em 1944. Através da experiência musicoterápica propiciada ao paciente, o profissional da área pode ajudar aquela pessoa se restabelecer na comunicação, expressão, relacionamento e aprendizado. No Brasil, o ofício pode ser exercido por profissionais graduados ou pós-graduados em Musicoterapia, com posse de diploma reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) 

Os tratamentos são designados após realização de exames específicos, de acordo com a necessidade de cada pessoa. A partir daí, começa-se o processo de musicoterapia, em etapas que atendam às premissas de promoção da saúde, aprendizagem, reabilitação, do empoderamento e da qualidade de vidas das pessoas. 

Vitor Hugo Stangler, psiquiatra do Hospital Jayme da Fonte, explica que a prática é bastante benéfica aos pacientes. Muitas vezes, ela fica restrita às unidades de internação e aos Centros de Apoio Psicossocial (CAPSs), mas ainda é possível encontrar o serviço em ambiente ambulatorial.

“O grande benefício da musicoterapia, na realidade, é para aqueles pacientes que são mais resistentes às terapias tradicionais, facilitando que a gente consiga ter uma melhor expressão dos sentimentos e que aquele paciente consiga falar um pouco sobre o que está lhe afligindo de uma forma diferente, de modo verbal”, explica ele.

Ação da música no cérebro
Em 2014, um estudo publicado pela revista científica PLoS analisou como o cérebro funciona sob influência musical. Nele, os pesquisadores colocaram músicos de jazz para tocar instrumentos enquanto faziam uma ressonância magnética no cérebro. A prática queria destacar quais partes daquele órgão se acendiam quando eles tocavam a canção.

Além de se constatar que todas aquelas regiões foram de fato ativadas, os pesquisadores pediram que os músicos improvisassem em conjunto. Isso possibilitou a comprovação de que o cérebro, quando estamos improvisando uma música em conjunto, funciona de uma maneira muito similar a quando estamos conversando oralmente com outra pessoa.

Não é somente usar a música
A musicoterapia não consiste apenas no uso das canções. Ela é utilizada por pacientes com transtornos do neurodesenvolvimento, como, por exemplo, nos casos de autismo, e também nos degenerativos, como na doença de Alzheimer. Nesta última situação, ela pode ser utilizada no auxílio da memória, agilizando e otimizando a pessoa no processo mnemônico.

“A musicoterapia não é a música servindo como terapia. Mas a música dentro do ambiente de terapia, sendo uma forma de bem estar, liberando endorfina e dopamina. Ela [a musicoterapia] já é estudada e comprovada desde a antiguidade”, complementa.
 

Ouça o podcast Canal Saúde

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