Pé diabético: veja como identificar doença e quais são os principais sintomas

Especialista detalha sinais de alerta e como prosseguir com tratamento após diagnóstico

Médico vascular Frederico Vasconcelos, do Hospital Jayme da Fonte alerta riscos da complicação - Foto: Arthur Mota // Folha de Pernambuco

O pé diabético é uma das complicações mais comuns enfrentadas por pessoas com diabetes. De acordo com o médico vascular Frederico Vasconcelos, do Hospital Jayme da Fonte, o pé diabético envolve uma série de alterações, que podem ser circulatórias, neurológicas e até infecciosas. 

"As alterações circulatórias podem comprometer as artérias dos membros inferiores, causando obstruções e distúrbios na circulação. Além disso, neuropatias periféricas afetam a inervação dos pés, resultando em perda de sensibilidade", explica o médico, destacando que essa combinação de fatores pode levar ao surgimento de feridas e úlceras que, se não tratadas, podem evoluir para infecções graves.

Cuidados

Os cuidados preventivos começam com o controle adequado do diabetes. o médico enfatiza que "manter a glicemia controlada é fundamental". Além disso, o paciente deve adotar uma rotina rigorosa de cuidados com os pés, que inclui mantê-los sempre limpos e secos, principalmente entre os dedos, onde há maior risco de micoses. Inspecionar os pés diariamente é uma prática essencial para detectar fissuras, calosidades ou qualquer sinal de ferimento. "Essas lesões, por menores que sejam, podem ser porta de entrada para infecções graves", alerta o especialista.

Alerta

Sinais de alerta, como feridas, micoses e alterações na sensibilidade dos pés, devem ser monitorados regularmente. Segundo Vasconcelos, qualquer mudança sensitiva ou motora pode gerar problemas ao caminhar, levando à formação de calosidades e úlceras plantares. O uso de calçados adequados é crucial para evitar essas complicações.

Prevenção

Quanto à prevenção de lesões, o médico orienta que o controle do diabetes deve ser complementado com a inspeção diária e o uso de sapatos confortáveis, sem marcas ou pressões que possam causar ferimentos. 

"Manter os pés hidratados é igualmente importante para prevenir o surgimento de fissuras", afirma. Essas práticas, se seguidas regularmente, reduzem significativamente as chances de complicações graves.

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Tratamento

O tratamento do pé diabético envolve múltiplas abordagens, dependendo do estágio da condição. Em casos de obstrução vascular, procedimentos de revascularização podem ser indicados para melhorar o fluxo sanguíneo. Além disso, o manejo clínico pode incluir medicações para controlar alterações sensoriais e o uso de equipamentos ortopédicos especializados. 

"O tratamento multidisciplinar, com curativos, desbridamentos e o uso de dispositivos específicos, visa evitar complicações como deformidades ósseas ou amputações", destaca o médico.

A intervenção precoce é, segundo Vasconcelos, o principal fator para melhorar os resultados no tratamento do pé diabético. "Quanto mais cedo o paciente adotar esses cuidados, maior será a chance de evitar complicações sérias", conclui.

Assim, a prevenção e o cuidado constante são as principais armas contra os riscos associados ao pé diabético, permitindo que os pacientes com diabetes mantenham uma qualidade de vida melhor e mais segura.

Escute a entrevista completa no podcast Canal Saúde

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