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Vida Plena

Saúde da mulher: mudança de hábitos contribuem para uma rotina saudável

Ginecologista fala sobre as doenças que mais têm incidência no público feminino

Doutor Flávio Juvenal é ginecologista do HJFDoutor Flávio Juvenal é ginecologista do HJF - Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

A saúde da mulher envolve o cuidado com tudo que diz respeito as práticas e as formas de prevenção contra doenças têm maiores importâncias ou incidências contra o público feminino. Trata-se de um verdadeiro pacote de ações que engloba prevenção, promoção, tratamento e recuperação da qualidade de vida, possibilitando ainda o acesso igualitário e pleno aos serviços que cuidam desse universo.

Ginecologista do Hospital Jayme da Fonte, o doutor Flávio Juvenal indica que o destaque para doenças genitais femininas vai para o corrimento vaginal, que pode ser um sinal de patologias ainda mais graves. Na maioria das vezes, representam infecções localizadas na vagina ou na vulva.

“Quando esses corrimentos têm como características o odor, sangramento associado, eles ganham importância. Do ponto de vista da genitália feminina, os cânceres são importantíssimos, principalmente o câncer do colo uterino, que é o mais frequente na população feminina e aliado ao câncer de mama. Este possui alto índice de mortalidade, quando não se tem um diagnóstico precoce”, explica o especialista.

Uma pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), de 2022, destacou que, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama tem taxas mais altas no Sul e Sudeste. Para cada ano do triênio 2025-2028, ainda de acordo com o órgão, foram estimados 73.610 novos casos. Isso representa uma taxa de incidência de 47,89 casos por 100 mulheres.

“O câncer não é uma doença específica. Ele é um número variado de neoplasias que têm um desenvolvimento maligno ou benigno e engloba a todos [os gêneros]. Por isso devemos ter mais cuidados com essas duas patologias, que alteram a qualidade de vida da mulher”, continua Flávio.

Sintomas podem ser sinais de alerta
Sangramentos vaginais irregulares ou fora do período menstrual podem servir de alerta para que as mulheres procurem um ginecologista. Quando há presença deste sintoma, existe a possibilidades da presença de doenças funcionais ou tumorais.

“Essa assincronia [no fluxo sanguíneo] é sinal de os hormônios talvez não estejam funcionando bem ou alguma coisa anatômica está acontecendo em alguma camada uterina. Outro sintoma importantíssimo é a dor pélvica, que aparece fora da rotina da mulher. Ela pode ter essa dor por diversas causas, que não sejam ginecológicas”, acrescenta o doutor.

Diagnóstico precoce
Ainda de acordo com Flávio, a descoberta precoce de qualquer patologia ajuda na recuperação da paciente. Para isso, ele indica a busca anual por um médico ginecologista.

“Essa consulta é de profilaxia. Além do toque vaginal, o ginecologista vai ouvir a história clínica da paciente. É fundamental que a mulher que tem a vida sexual ativa, principalmente, faça o exame de Papanicolau, que pode ser associado com a colposcopia, dependendo do achado do exame”, alegou.

Flávio indica ainda que a mamografia deva ser anual para pacientes, a partir dos 40 anos. Quem tem histórico familiar de achados de câncer de mama, pode fazer com periodicidade antecipada.

Estresse
Com as responsabilidades e as correrias do dia a dia, vem o estresse, que se torna um fator potencial para o agravamento de problemas de saúde, físicos e mentais. A depender do caso, taxas, como pressão arterial, glicose, arritmia cardíaca, dores de cabeça ou outras, estando altas, podem desencadear ainda mais esse sentimento.

“A mulher, hoje, tem um nível de estresse até superior ao homem, porque aliada às obrigações que a própria sociedade impõe nas famílias, ela hoje tem que cuidar do ‘extra-casa’. Tem mulher que é gerente da família, que controla o financeiro, que cria os filhos. Às vezes, o homem delega a esposa o controle financeiro. Tudo isso acumula um nível alto de estresse, que é um grande fator de doenças malignas e benignas”, finalizou.

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