Tireoide e a saúde da mulher: entenda quando a cirurgia é necessária
Confira as explicações da cirurgiã de cabeça e pescoço Priscila Florêncio, do Hospital Jayme da Fonte
De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 10% dos adultos da população brasileira podem apresentar algum distúrbio na tireoide, sendo que as mulheres, geralmente, são as mais afetadas, especialmente após os 40 anos.
Entre as doenças da tireoide que mais afetam as mulheres estão o hipotireoidismo, quando a glândula produz menos hormônios do que o necessário, e o hipertireoidismo, quando o oposto acontece. Além disso, o aparecimento de nódulos na glândula também são significativamente mais comuns em mulheres.
Tireoide
A cirurgiã de cabeça e pescoço Priscila Florêncio, do Hospital Jayme da Fonte, explica que as doenças da tireoide são mais comuns no público feminino devido a fatores hormonais e
autoimunes.
Segundo a cirurgiã, a maioria da população terá nódulos na glândula, mas isso não significa que a cirurgia será necessária imediatamente. A indicação cirúrgica para problemas na tireoide depende de diversos fatores.
“A maioria da população vai ter nódulos na tireoide, mais de 50% da população, mas isso não indica a cirurgia imediatamente. Porém, em algumas situações, o nódulo pode precisar de investigação. Assim, ele precisa ser puncionado”, detalha a especialista.
Priscila pontua que existe uma classificação citopatológica para qual o médico endocrinologista, ou cirurgião de cabeça e pescoço, instruirá a intervenção cirúrgica ou acompanhamento com exames continuados.

A cirurgiã de cabeça e pescoço Priscila Florêncio, do Hospital Jayme da Fonte. Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco.
Cirurgia de tireoide
A cirurgiã explica ainda que novas técnicas cirúrgicas, que podem ser consideradas menos invasivas, já estão em análise. Porém, aqui no Brasil, o protocolo tradicional ainda é o mais indicado.
“Existem novas técnicas cirúrgicas, que são feitas com menos cicatrizes para o paciente. Essas técnicas estão sendo analisadas, mas o protocolo a ser seguido ainda são as cirurgias convencionais, que são feitas com um corte pequeno no pescoço e acesso à tireoide com a retirada do lobo inteiro ou a tireoide total”, explica Priscila Florêncio.
Após a cirurgia, os cuidados variam conforme o tipo de procedimento realizado. Caso o paciente tenha passado por uma tireoidectomia total (remoção completa da glândula), será necessário fazer reposição hormonal pelo resto da vida. Já em cirurgias parciais, a reposição pode ser necessária apenas temporariamente.

Além disso, é essencial que o paciente faça o uso correto da medicação prescrita e um acompanhamento periódico com o médico especialista.
“É essencial a tomada das medicações, da forma como foram prescritas, e a continuidade do controle da saúde e acompanhamento médico em consultório. Para cuidar melhor da saúde, as mulheres, assim como todos os outros pacientes, devem fazer também exercício físico, ter uma alimentação saudável e, claro, manter um acompanhamento habitual com o endocrinologista e o cirurgião de cabeça e pescoço, quando necessário”, conclui a médica.