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Tosse fazendo 'aniversário'? Saiba quando ela indica algo mais sério e veja como tratá-la

Classificadas de acordo com a sua duração, as tosses podem ser agudas, subagudas ou crônicas

Mecanismo de defesa do nosso organismo, a tosse indica quando há algum invasor nas vias aéreas - Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco

Reflexo natural do nosso corpo, a tosse indica alguma irritação no aparelho respiratório, que pode ser causada por diversos fatores. E é justamente por ter várias causas associadas, que o tratamento depende do agente causador, e o famoso xarope, tido como um aliado por aliviar esse incômodo, pode, na verdade, atrapalhar o diagnóstico e o tratamento.


Para facilitar na descoberta do que está causando essa irritação, a tosse é dividida em grupos, de acordo com a sua duração. Segundo a pneumologista Bianca Santos, as tosses são classificadas como aguda, com duração de até três semanas; subaguda, que pode durar de três a oito semanas; e crônica, que duram mais de oito semanas.

Bianca Santos, pneumologistaBianca Santos, pneumologista - Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

"As tosses agudas são causadas por processos infecciosos, como gripes, resfriados, covid e outros vírus. Elas também podem aparecer por descompensação de alguma doença que o paciente já tenha, como asma, por exemplo", explica Bianca.

Ainda de acordo com a especialista, a subaguda é, em sua maior parte, uma tosse pós-infecciosa, porque permanece após o resfriado, e é causada pela irritação da mucosa e das vias aéreas. Já as crônicas estão associadas a outras doenças, tanto da via respiratória, quanto de outras partes do corpo. "No tórax, por exemplo, a gente pode citar a doença do refluxo. O ácido ativa os receptores de tosse. Além das causas pulmonares, como alguma neoplasia ou bronquiectasia", citou a pneumologista.

Sinais de alerta e tratamento

Apesar de ser um incômodo, a tosse é um mecanismo de defesa, que pode alertar para complicações mais graves, principalmente quando há outros fatores associados, como febre, queda da saturação de oxigênio e falta de ar. Já o tratamento vai depender da causa. Para as doenças de base que provocam as crises de tosse, o paciente deve controlá-las para que não haja descompensação dessas patologias. 


"Nos casos das tosses subagudas, em especial, não há tratamento, e é natural a tosse persistir após o quadro infeccioso, porque as vias aéreas continuam irritadas por um tempo. Lavagem nasal com soro, uso de corticoide nasal tópico e até mesmo um anti-histamínico podem ser administrados, mas isso vai depender do quadro clínico do paciente", disse Bianca Santos.

A pediatra Lizandra Carriço alerta para o uso de xaropes, sobretudo nas crianças. Atuando como um inibidor desse incômodo, essa medicação, quando é administrada sem prescrição ou orientação médica, só vai minimizar a tosse, mas sem tratá-la de fato.

De acordo com a pediatra Lizandra Carriço, o xarope não deve ser utilizado sem prescrição médicaEscreva a De acordo com a pediatra Lizandra Carriço, o xarope não deve ser utilizado sem prescrição médica - Foto: Letícia Alves/Divulgação

"Esse xarope pode ter efeitos colaterais, como sobrecarregar o rim, o fígado, além de deixar a criança mais sonolenta. Sem contar que pode acabar atrapalhando o diagnóstico de uma doença mais séria", finalizou Lizandra.


Tipos de tosse

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