Vilã silenciosa: gordura no fígado pode alcançar estágios irreversíveis; saiba como evitar
Uma vida saudável reduz as chances de desenvolver e agravar o problema
Quase um terço da população brasileira sofre com algum problema no fígado, é o que aponta a última pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro do Fígado. Além de comum, a presença de gordura neste órgão é uma doença silenciosa, que leva um certo tempo para progredir até estágios irreversíveis, mas que pode ser evitada com a adoção de uma rotina saudável.
Causada por problemas metabólicos, a patologia pode acometer pacientes com predisposição genética, como diabetes ou pré-diabates descompensadas. Uma alimentação desbalanceada e o sedentarismo também são fatores que facilitam o surgimento da patologia.
Hepatologista do Hospital Jayme da Fonte e da UniHepato, Rebeca Dantas explica que a gordura no fígado não costuma apresentar sintomas característicos, o que dificulta um diagnóstico precoce. “Geralmente os paciente descobre esteatose hepática quando está fazendo exames de rotina ou quando veio tratar de outro problema”, comenta.
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Evolução lenta e perigosa
A médica explica que a doença não evolui de forma rápida, o que impede um estrago no organismo em pouco tempo, mas alerta que se o problema não for identificado e bem tratado, pode alcançar estágios mais complicados e até mesmo irreversíveis.
“O espectro de doenças hepáticas gordurosas não alcoólicas é vasto e vai do leve ao severo. Envolve tanto a presença de gordura no fígado, que é chamada de esteatose hepática; a inflamação do órgão, cientificamente conhecido por esteato-hepatite; e também a cirrose e o carcinoma hepatocelular, que são os casos mais graves”, detalha a especialista.
Quando está em fases mais graves, aí sim o corpo do paciente pode apresentar alguns sinais, que costumam ser um cansaço físico exagerado, um aumento da região abdominal, como uma espécie de inchaço, dores na barriga e até mesmo uma pele mais amarelada.
Estágio define o tratamento
A intervenção clínica adotada para os casos de gordura no fígado vai depender do estágio em que se encontra o paciente. “Se for apenas a presença da gordura no fígado, perder de 5% a 10% do peso corporal já é suficiente para apresentar uma boa resposta clínica”, tranquiliza Rebeca, que emenda:
“Se o caso for de esteatohepatite, quando já existe a inflamação, pode ser necessário o uso de algumas medicações. E nos casos mais severos, como os da cirrose ou do câncer de fígado, podem ser adotadas algumas medidas mais invasivas, a exemplo do transplante hepático.”
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