'007 - Sem Tempo Para Morrer': Daniel Craig se despede de James Bond em grande estilo
O 25º filme da franquia chega ao Brasil nesta quinta-feira (30), após diversos adiamentos
Chegou a hora de dar adeus a Daniel Craig na pele de James Bond. Após interpretar o mais icônico espião do cinema em cinco ocasiões ao longo dos últimos 15 anos, o ator britânico se despede do papel em “007- Sem Tempo Para Morrer”, que estreia nesta quinta-feira (30) no Brasil, e cumpre seu último ato em grande estilo.
O 25º longa da franquia chega às salas de cinema com quase dois anos de atraso. Inicialmente prevista para novembro de 2019, a obra teve seu lançamento adiado diversas vezes - primeiro, em função da troca de diretor (o britânico Danny Boyle deixou o projeto por ‘divergências criativas’, dando lugar a Cary Joji Fukunaga, primeiro norte-americano a dirigir um filme da saga) e, depois, por causa da pandemia de Covid 19.
Apesar dos percalços enfrentados pela produção, a nova aventura do 007 traz a sensação de que valeu a pena esperar tanto tempo para ver novamente o agente secreto criado pelo escritor Ian Fleming (1908-1964) em ação. Com um enredo de tirar o fôlego e atuação impecável de Craig, o filme reúne os elementos que costumam compor as narrativas do personagem: figurinos elegantes, carros de luxo, sedução com belas mulheres e cenários paradisíacos. Tudo isso ao longo de 163 minutos, maior tempo de duração de um título da franquia, que transcorre de maneira fluida.
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Na trama, James Bond desfruta da sua aposentadoria como espião da MI6, agência britânica de inteligência. Os dias de descanso chegam ao fim com a aparição de Felix Leiter (Jeffrey Wright), seu velho amigo da CIA, que surge com um pedido de ajuda. A missão de resgatar um cientista sequestrado acaba colocando o agente no caminho de um vilão ardiloso. Pensando na caracterização do personagem e em sua personalidade, o vingativo Lyutsifer Safin (Rami Malek) lembra o Dr. No, clássico antagonista do primeiro longa de 007, lançado em 1962. Ao tomar posse de uma poderosa arma química, o criminoso da vez ameaça a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo, prometendo um genocídio de proporssões nunca vistas.
O roteiro escrito por Fukunaga em colaboração com Scott Z. Burns e Phoebe Waller-Bridge segue a tendência dos quatro longas anteriores de tentar humanizar a figura de Bond, dando visibilidade aos seus defeitos e emoções. Neste desfecho, os sentimentos do herói chegam ao ápice. A relação com Madeleine Swann (Léa Seydoux), coloca o herói especialista em tiros e perseguições em uma posição de fragilidade nunca vista na trajetória do personagem até aqui. As últimas cenas são especialmente tocantes, resultando em um final inesperado e que, sem deixar possíveis dúvidas, encerra de uma vez por todas mais um ciclo do espião no cinema.
Desde que Daniel Craig anunciou sua intenção de deixar para trás seu trabalho de maior popularidade, não faltaram especulações sobre quem poderia substituí-lo. Há quem defenda que, seguindo as discussões sociais do momento, o papel deveria ser entregue a uma mulher ou a um ator negro. “Sem Tempo Para Morrer” atiça ainda mais o debate ao apresentar uma atriz negra como 007.
Mas essa não é bem a substituição que muitos esperavam. Lashana Lynch vive Nomi, uma promissora espiã da MI6 que assume o codinome após o sumiço do seu antecessor. Com o retorno de Bond, nasce uma breve rivalidade entre os dois, que acaba desaparecendo a partir da necessidade de trabalharem em conjunto. O desenvolvimento dessa relação no longa dá a ideia de que a personagem pode vir a ganhar, talvez, um spin-off, mas não deve ser a próxima 007 oficial. O futuro da franquia é ainda uma incógnita. Pela frente, os produtores têm a difícil missão de achar alguém que tenha o mesmo magnetismo de Craig e com um perfil mais alinhado aos novos tempos.