A "Alma Latina" de Tânia Alves invade o Teatro do Parque
Artista carioca faz show nesta sexta-feira (6), no Projeto Seis e Meia, com repertório que passa por nomes como Nelson Gonçalves e Orlando Silva
Dramática, sensual, romântica - e imbuída em clamar pelas aflições do coração. Desde sempre a atriz e cantora Tânia Alves, 72, é nome incontestável das dores de cotovelo alheias, ritmadas por clássicos que passeiam por Orlando Silva, Nelson Gonçalves e Altemar Dutra, entre outros dos repertórios emblemáticos da Música Popular Brasileira.
E segundo a própria, é tudo “Amor, amor e amor. E eu gosto disso”. O brado da artista carioca veio em entrevista à Folha de Pernambuco, para falar do show “Alma Latina” marcado para depois de amanhã no Teatro do Parque, dentro do Projeto Seis e Meia. A abertura da noite fica por conta da cantora, compositora e percussionista pernambucana Gangga Barreto.
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Tânia além da música
“Tenho forte envolvimento com Pernambuco, meu pai é pernambucano. E o Teatro do Parque é representativo, tem toda uma história. Estou muito feliz e me sinto em casa quando estou por aí”, ressalta Tânia que, em paralelo à música, tem enveredado também pelo universo audiovisual.
Foi pelas bandas de cá, inclusive, que ela esteve nos últimos meses finalizando o longa “Senhoritas”, de Mikaela Plotkin, com estreia prevista para 2023 – trabalho que reforça a sua fluidez em abraçar vieses da arte, embora assuma predileção por um deles.
“Eu também desenho, eu toco... Estou nos palcos com show solo. Sou da arte, mas tenho estado apaixonada pelo audiovisual”, complementou, com a propriedade de quem está inserida nesse universo há pelo menos cinco décadas e como atriz desde muito, em papéis memoráveis como Maria Bonita da minissérie “Lampião e Maria Bonita” (1982), protagonizada por ela ao lado de Nelson Xavier (Lampião) e como Anaide Beiriz de “Parahyba Mulher Macho” (1983), em toda a ousadia sexual e libertária que deixava em choque uma Paraíba em pré-Revolução de 30.
Tânia no streaming
E 2022 para Tânia Alves está “Maravilhoso”. “Aliás, desde o ano passado as coisas vêm acontecendo, na música, no teatro e no cinema. Tem vários projetos”, adianta. Esse ano, inclusive, ela estreia no streaming, na série da Netflix “Olhar Indiscreto”. Tal qual ela vai dar start ao seu primeiro monólogo, “Criogenia de D – Ou Manifesto pelos Amores Perdidos”, adaptação do livro homônimo de Leonardo Valente.
E vale ressaltar que em meio a todo o vigor artístico que lhe acomete, Tânia também é mãe, avó e dona do Spa Maria Bonita, na região serrana do Rio de Janeiro, e não à toa leva o nome do papel que outrora lhe marcou na televisão.
“Conseguimos manter o espaço durante a pandemia, não fomos afetados por ela. Do lado pessoal, o que me entristecia era a situação da doença aqui e em todo o mundo. Aproveitei o período também para me dedicar ao mundo digital, já que não sou muito da tecnologia”, contou ela, para depois finalizar o papo com lições (dicas?) sobre bem-estar e felicidade:
- Mas esse vigor, Tânia? Essas boas risadas e a nítida impressão de que do outro lado da linha tem uma mulher feliz e sempre disposta a começar a viver...
- Não tem saída, é atividade física – interrompi na pandemia, mas improvisei e não fiquei sem. Além disso, é alimentação, relações positivas e contato com a natureza.
- E como se vê daqui a uns... vinte anos?
- Eu quero aos 90 estar nua numa praia deserta, feliz com um grande amor ao lado. Esse é o meu ideal de felicidade. Não tenho a ânsia de morrer no palco. Quero decidir quando vou morrer (risos), e estou fazendo longevidade para isso.
Serviço
“Alma Latina”, show de Tânia Alves
Sexta (6), às 18h30, no Teatro do Parque (Projeto Seis e Meia)
Abertura com Gangga Barreto
Ingressos a partir de R$ 50 (meia-entrada), no Sympla