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TEATRO

"A Cor Púrpura": adaptação brasileira de musical da Broadway cumpre temporada no Recife

Espetáculo terá seis apresentações no Teatro do Parque, a partir desta quinta-feira (9)

Espetáculo "A Cor Púrpura - O Musical"Espetáculo "A Cor Púrpura - O Musical" - Foto: Rafael Nogueira/Divulgação

“A Cor Púrpura” é dessas histórias que, transpostas para diversos formatos e em diferentes épocas, consegue alcançar o público com o mesmo nível de aclamação. Nasceu como livro em 1982, pelas mãos da escritora Alice Walker, vencendo o Pulitzer. Foi parar no cinema, com direção de Steven Spielberg, em 1985, com várias indicações ao Oscar. Na Broadway, ganhou mais de uma montagem como musical, em 2005 e 2016, abocanhando dois prêmios Tony e um Grammy. Ainda neste ano, o clássico deve voltar às telas em nova versão cinematográfica. 

A destacada lista de adaptações da obra contabiliza ainda uma montagem no Brasil do espetáculo teatral, que acumula mais de 75 prêmios desde a sua estreia em 2019. Com direção de Tadeu Aguiar e dramaturgia adaptada por Artur Xexéo, “A Cor Púrpura - O Musical” aporta no Recife desta quinta-feira (9) até domingo (12), com seis sessões no Teatro do Parque. 

Mesmo que texto e música já tenham vindo prontos dos Estados Unidos, o diretor da peça teatral brasileira defende que o projeto não é uma cópia do Broadway. “Criamos a nossa própria versão, com cenário e figurinos originais. Acho o nosso elenco muito melhor do que o americano, porque temos uma visceralidade que eles não têm. Os atores brasileiros se entregam integralmente ao espetáculo”, disse, em entrevista à Folha de Pernambuco
 

Segundo Tadeu, o trabalho de Xexéo - que morreu em 2021 - foi fundamental para dar “uma cara brasileira” à narrativa norte-americana. “Ele conseguiu passar para o português uma obra que tem a alma do Sul dos Estados Unidos. Traduzir um texto teatral é sempre uma tarefa muito complicada e ele fez isso de maneira muito minuciosa”, elogiou. 

A produção está retomando as suas apresentações após uma pausa forçada pela pandemia de Covid-19. O Nordeste é a primeira parada da nova circulação. No elenco, são 17 atores, que entram em cena com direito a palco giratório e mais de 90 figurinos. “Produzimos um espetáculo muito bonito visualmente. Colocamos a geografia desse lugar onde a história se passa no cenário, que gira em função de cada movimento interior da personagem, de uma forma muito simbólica”, adianta.

 


Ambientado no estado da Geórgia, na primeira metade do século 20, o espetáculo narra a trajetória de Celie (Amanda Vicente), uma mulher negra lutando contra as adversidades impostas a ela. Em sua saga, a protagonista sente na pele a misoginia e o racismo, enfrentando diferentes formas de abuso. Os temas sociais tratados na trama fazem com que, mesmo após 40 anos, ela siga reverberando. 

“Acho que essa história é mais atual do que nunca. Hoje em dia, conseguimos falar sobre esses temas com mais veemência. Através da arte a gente consegue transformar as pessoas. O espetáculo propõe uma discussão e é o momento de, cada vez mais, a gente assistir a produções desse jeito”, defende. 

Tadeu adquiriu os direitos de “A Cor Púrpura - O Musical” em 2018, após produzir “Love Story, o Musical”, um espetáculo também com elenco formado apenas por atores negros. O diretor já havia conferido a adaptação do romance de Alice Walker para os palcos norte-americanos e se emocionado. 

“Já no final do primeiro ato, não conseguia me levantar da cadeira, tamanha a emoção. Na verdade, essa obra é poderosa de tal forma que ninguém consegue sair incólume do teatro”, assegura.

Serviço:
Espetáculo “A Cor Púrpura - O Musical”
Nesta quinta (9) e sexta (10), às 20h; sábado (11), às 16h e 20h; e domingo (12), às 14h e 18h
No Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81, Boa Vista)
Ingressos: de R$ 37,50 a R$ 200, à venda no Sympla e na loja Vagamundo do Shopping Boa Vista 

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