"A Fazenda 14" se perde diante de tantas baixarias entre participantes pouco carismáticos
Barracos em excesso fazem programa perder credibilidade até com anunciantes
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Uma característica comum aos reality shows que envolvem confinamento e, consequentemente, a convivência forçada e contínua dos participantes é a imprevisibilidade. Afinal, não dá para antecipar o que vai acontecer, devido à inexistência de roteiro para esses confinados.
Em “A Fazenda”, da Record, porém, a impressão que se tem, já há algumas edições, é de que o programa entrou em uma espécie de looping, no qual todos os movimentos levam à baixaria e ao mau gosto. Isso ficou ainda mais latente na 14ª temporada, que tem se revelado um verdadeiro show de horrores. O que surpreende, na verdade, é a falta de punições severas aos competidores, que se desrespeitam inúmeras vezes. E, vale mencionar: muitos deles não têm carisma e parecem estar ali apenas para “causar” mesmo.
A seleção dos participantes parece feita para gerar o caos nas instalações do reality, que ficam em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Neste ano, em diversos momentos, a apresentadora Adriane Galisteu ficou sem conseguir ser ouvida, tamanha era a desordem e a gritaria no programa, em exibição ao vivo. Duas desclassificações aconteceram: a do modelo Tiago Ramos e do empresário Shayan Haghbi.
Porém, muitas situações que já aconteceram ali deveriam ter resultado em expulsão, mas acabaram sendo abafadas ou simplesmente ignoradas.
Um dos pontos mais desfavoráveis de “A Fazenda 14” é a aparente falta de transparência com o público. Sim, porque é possível acompanhar a transmissão 24 horas das instalações de Itapecerica da Serra, a partir do serviço de streaming Play Plus. Só que é bem comum que imagens de câmeras sejam cortadas repentinamente, em momentos de confusões, dando a impressão de que se trata de uma estratégia da própria produção.
O que, na verdade, chega a ser desrespeitoso com o telespectador que, interessado em acompanhar pela internet, em tempo real, a convivência dos “peões”, chega a pagar pelo serviço.
Os próprios participantes de “A Fazenda 14” mostram o quão insuportável tem sido a permanência ali. Houve quem pedisse para ser eliminado, caso do ator Thomaz Costa. Em qualquer reality, poderia ser visto como uma atitude covarde. Em “A Fazenda 14”, no entanto, não dá para julgar um comportamento assim. Ameaças e trocas de ofensas se tornaram banais, algumas até bem assustadoras. Justamente por isso, a omissão da produção, que não impõe determinados limites nesses embates entre os confinados, incomoda.
Não à toa, trata-se do pior início de temporada de “A Fazenda”, em toda a sua história, no que diz respeito à audiência. O primeiro mês fechou com média de 7 pontos. A título de comparação, a temporada passada se encerrou com 9,2 pontos de média geral e a pior edição foi a 11ª, em 2019, que registrou 8,2 pontos de média geral.
Ou seja, sendo consequência ou não das atitudes que são vistas no programa atualmente, os números de audiência da 14ª temporada podem prejudicar a equipe nas relações comerciais. Se não neste ano, até dezembro, quando será exibido o último episódio, talvez nos próximos. Um barraco aqui, um excesso ali, pode até ajudar a apimentar disputas em realities. Em excesso, porém, são capazes de afastar não só o público, mas também futuros patrocinadores.
“A Fazenda 14” – Record, de segunda a sábado, às 22h30. Domingos, às 23h.
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