Artes Visuais

'A liberdade em vermelho': livro celebra o legado de Tereza Costa Rêgo nas artes visuais

Publicação será lançada nesta quinta-feira (20), no Mepe, junto com uma exposição

Tereza Costa Rêgo, artista visualTereza Costa Rêgo, artista visual - Foto: Divulgação

“Uma mulher que viveu muitas vidas”: assim Tereza Costa Rêgo (1929-2020) costumava se autorreferir e assim também tocava sua obra. Se na trajetória pessoal a artista visual adotou diferentes nomes, nas telas deu vida a múltiplas personagens em cenários diversos. “Tereza Costa Rêgo: a liberdade em vermelho”, livro editado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), traz a possibilidade de conhecer parte significativa desse universo imagético criado pela principal figura feminina da pintura moderna em Pernambuco.

A publicação será lançada nesta quinta-feira (20), às 19h, no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe), junto com uma exposição no Espaço Cultural Cícero Dias. O projeto editorial é assinado por Joana Rozowykwiat, jornalista, escritora e neta de Tereza. Ela conta que o livro era uma vontade antiga de toda a família da artista. “Já existe uma biografia escrita pelo jornalista Bruno Albertim e também publicada pela Cepe, mas sempre achamos que era importante ter algo que reunisse o trabalho dela. Essa ideia, no entanto, nunca foi adiante. Logo após a morte da minha avó, fomos procurados pela editora com essa mesma proposta em mente”, relembra.

Obra robusta

Para o livro, foram fotografadas mais de 200 obras. São criações de diferentes períodos e que demandaram um grande esforço para serem localizadas e reunidas. “A partir da provocação da Cepe, iniciamos uma pesquisa para identificarmos onde as obras dela estavam, porque havia muita coisa que a gente não sabia por onde andava”, afirma. O trabalho contou com curadoria de Raul Córdula, parceiro de Tereza em muitas exposições.
 

A partir do levantamento, produções menos conhecidas pelo público puderam vir à tona. As mais antigas datam da década de 1940, quando a artista ainda assinava como Terezinha. Também estão presentes as obras assinadas por Joanna, nome falso adotado pela pintora durante o exílio em Paris, nos anos 1960. A neta destaca ainda as gravuras criadas com Oficina Guaianases, movimento artístico olindense que perdurou entre as décadas de 1970 e 1990.

“Algo interessante que também descobrimos foram os desenhos. Sempre soubemos que ela era de rabiscar em pedaços de papel, mas nunca havíamos reunido isso. Muitos desses rascunhos, depois, viraram quadros. Tentamos mostrar de alguma maneira isso no livro. É um apanhado muito diverso, com foco na pintura, mas mostrando também outras vertentes”, explica.
 

Capa do livro Capa do livro (Foto: Divulgação)



Todos falam de Tereza

Além das fotografias das criações, a publicação conta com textos de jornalistas, curadores, artistas, pesquisadores e escritores. Raimundo Carrero, João Câmara, Clarissa Diniz, Bruno Albertim, Denise Mattar, Cida Pedrosa e Ana Mae Barbosa são alguns dos que dedicaram algumas linha para falar dos diferentes aspectos ligados ao trabalho deixado por Tereza. “O curador Marcus Lontra diz no texto dele que ‘o Brasil tem o direito e o dever de conhecer melhor a obra de Tereza Costa Rêgo'. É importante que a minha avó se torne reconhecida para além de Pernambuco. Eu acho que é o momento de ampliar um pouco esse público”, defende.

Exposição até março

Algumas das peças registradas no livro “Tereza Costa Rêgo: a liberdade em vermelho” poderão ser conferidas também na exposição homônima, que fica em cartaz até o dia 27 de março. Com curadoria de Bruno Albertim e Marcus Lontra, a mostra já vinha sendo pensada antes da morte da artista. Ao todo, serão 47 obras dispostas por 607 metros quadrados. O objetivo é impulsionar a divulgação do legado da pintora em todo o Brasil e, por isso, a exposição deve ser levada a outros estados em breve.

Serviço

Lançamento do livro e da exposição “Tereza Costa Rêgo: A liberdade em vermelho”
Nesta quinta-feira (20), às 19h
No Museu do Estado de Pernambuco (av. Rui Barbosa, 960, Graças, Recife)
Preço do livro: R$ 250 (impresso), à venda nas livrarias da Cepe

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