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Cinema

"A Mulher Rei": Viola Davis lidera exército feminino em épico baseado em história real

Em coletiva de imprensa, atriz falou sobre a relação do Brasil com a história do longa-metragem

Viola Davis interpretal a general NanescaViola Davis interpretal a general Nanesca - Foto: Divulgação

Estrelado por Viola Davis, o filme “A Mulher Rei” leva para as telas de cinema, a partir desta quinta-feira (22), a história real - e pouco retratada - das Agojie. Esse exército formado exclusivamente por mulheres era responsável, no século 19, pela defesa do reino de Daomé, localizado no território atualmente conhecido como Benin, na África Ocidental.
 


Dirigido por Gina Prince-Bythewood, o longa-metragem traz os elementos de um épico histórico, como "Gladiador" (2000), “Coração Valente” (1995) ou “300” (2017), com grande orçamento, cenas de luta e muita ação. O ineditismo está na equipe majoritariamente feminina - por trás e na frente das câmeras - e com foco numa civilização africana, algo incomum na indústria hollywoodiana.

Disciplina e submissão
Viola, que esteve no Brasil para divulgar a produção, interpreta a inquebrantável general Nanisca. É ela quem comanda, com disciplina e bravura, a irmandade de guerreiras que protege o rei Ghezo (John Boyega) e seus súditos. Ao lado dela, lutam mulheres igualmente destemidas, como a tenente Izogie (Lashana Lynch) e Amenza (Sheila Atim), seu “braço direito”.


Daomé era um dos reinos mais prósperos da região. Suas riquezas, no entanto, vinham da venda de pessoas escravizadas para os europeus. Na trama, Nanisca tenta convencer o rei a mudar os rumos econômicos de sua nação, ao mesmo tempo em que se prepara para enfrentar os inimigos do império de Oyó. A general ainda se depara com outro desafio: a jovem Nawi (Thuso Mbedu). Entregue ao palácio pela família, a promissora recruta deseja se tornar uma guerreira temida, mas questiona a submissão das Agojie, que são proibidas de casar e terem filhos.

“Essa personagem, de alguma forma, posso dizer que sou eu. A razão de eu ter entrado nesse filme é que o que Dana Stevens (roteirista) escreveu fez com que eu me sentisse humanizada”, comentou Viola, durante coletiva de imprensa realizada no Rio de Janeiro, na última segunda-feira. Para a atriz, o longa dá a chance de garotas negras terem uma representação diferente de si mesmas.

Beleza e complexidade invisíveis
“Por muitas vezes, não veem nosso poder, beleza e complexidade. Há a sensação de que somos meio invisíveis até para as nossas colegas brancas. As Agojie viam a si mesmas como valiosas e espero que, em certo sentido, isso possa ajudar mulheres negras a explorarem esse espírito guerreiro que elas têm dentro de si”, defendeu.

Há dois personagens brasileiros em “A Mulher Rei”, interpretados pelos atores Hero Fiennes Tiffin e Jordan Bolger. Por isso, é possível ouvir alguns diálogos em português ao longo das 2h14 de duração da obra. Em resposta a uma pergunta enviada pela Folha de Pernambuco, Viola falou sobre a ligação do Brasil com a história do filme.

“Com o tráfico transatlântico de escravos, nós sabemos que cerca de 12 milhões de pessoas saíram de várias partes da África. A primeira parada desses escravizados era o Brasil e, depois, eles eram enviados para outras colônias”, comentou a artista, que também falou sobre o sentimento de separação entre negros norte-americanos, caribenhos e brasileiros.

“De alguma forma, nós não sentimos que estamos conectados e somos uma parte do todo. Quando as pessoas assistirem ao filme, eu espero que isso mude um pouco. Não sentimos que há uma estranheza entre nós quando todos viemos da mesma fonte”, analisou.

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