Adriana Partimpim está de volta com novo álbum: "O Quarto"
Com oito canções, novo álbum da personagem de Adriana Calcanhotto está disponível, desde hoje (10), nas plataformas digitais
Doze anos após o seu último álbum, uma personagem que é “velha” conhecida do público infantil volta a dar o ar da graça, pertinho desse Dia das Crianças: Adriana Partimpim – para os mais velhos, Adriana Calcanhotto – acaba de lançar um novo álbum, “O Quarto”, nas plataformas digitais.
Mais uma leva – dessa vez, oito – de canções para curtir em conjunto, crianças e adultos. Com produção musical de Pretinho da Serrinha, “O Quarto” – sim, um oportuno trocadilho com o numeral ordinal e o cômodo da casa onde crianças dormem e sonham – tem composições de Rita Lee e Roberto de Carvalho, Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Cid Campos, Vitor Ramil, da banda Jovem Dionisio, e duas da própria Adriana.
Partimpim: eterna criança
Já são 20 anos desde o primeiro “Adriana Partimpim” (2004) – vieram, depois, “Adriana Partimpim Dois” (2009) e “Tlês” (2012). Adriana conta que tomou um susto quando se deu conta de que duas décadas haviam se passado.
Muitos que eram criança na época do álbum de estreia, hoje são adultos e já passaram adiante, para seus filhos, suas crianças, o gosto pela personagem de Adriana e seu universo musical.
Mas, Adriana pontua que, mesmo após 20 anos – e mesmo após mais de cinco décadas que o apelido a acompanha –, Partimpim segue criança. “Como ela é criança e vive só no presente, ela não envelhece. Eu envelheço, ela, não”.
Por ser uma criança conectada com o presente, Partimpim percebe as mudanças operadas pela passagem do tempo e as urgências do mundo à sua volta. Isso se reflete no repertório de “O Quarto”.
Canções para criança e adulto ouvir
Das oito músicas de “O Quarto”, algumas trazem, de forma lúdica, assuntos “de gente grande”. A exemplo de “Malala”, uma direta alusão à ativista paquistanesa e Prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai, que se tornou alvo do talibã por lutar pelo direito de as meninas estudarem.
Também “Estrela, Estrela”, de Vitor Ramil, que foi cantada por Calcanhotto em uma edição especial do programa Altas Horas com artistas gaúchos, após as inundações que assolaram o Rio Grande do Sul. Ou, em tempos de redes sociais e de seu grande impacto na vida social, Partimpim também traz “Tô Bem”, um hit do TikTok, da banda Jovem Dionisio.
“O repertório vai sendo, vai se auto-inventando… e tem a música, o mundo, tem a vida, porque essa ideia de que um disco para criança tem que ser somente alegre não corresponde à realidade da vida. A vida não é só alegre e as crianças não são só alegres o tempo todo”, pontua Adriana.
Inventando o mundo
Outras canções do repertório de “O Quarto” vieram da lista de músicas que Adriana nutre e que, em algum momento, serão gravadas por Partimpim. A exemplo do arrasta-pé “O Bode e a Cabra” – versão de Renato Barros para “I Wanna Hold Your Hand”, que Adriana conheceu na interpretação de Rita Lee. A canção “Atlântida” – essa, de autoria de Rita e Roberto de Carvalho – também está no álbum.
Dessa lista também veio “Boitatá”, parceria entre Marisa Monte, seu filho Mano Wladimir e de Arnaldo Antunes, com uma levada de macaratu e a voz de Arnaldo, processada, fazendo o protagonista, o Boitatá.
Já a canção de abertura do álbum, “O Meu Quarto”, composição de Partimpim, é, como diz Adriana, um “editorial”, uma “carta de intenções” do disco. Partimpim se apresenta e conclama a criançada: “vamos inventar o mundo”.
“O mundo que a gente está deixando para elas não está tão legal, porque não vai ter água, e me parece tarde falar para os adultos, né? Então, é um convite um pouco para isso, vamos inventar o mundo de um outro jeito, inventar o mundo que a gente quer viver”, pontua Adriana.