Advogados de Johnny Depp encerram interrogatório de Amber Heard
"Eu nunca agredi o Sr. Depp ou qualquer pessoa com quem eu fui romanticamente envolvida", disse Heard ao júri
Os advogados de Johnny Depp concluíram nesta terça-feira (17) o interrogatório da ex-mulher de seu cliente, a atriz Amber Heard, no qual buscavam retratá-la como a agressora na conturbada relação entre os dois artistas.
Em interrogatório, Heard, de 36 anos, negou as acusações de que seria a instigadora da violência no casal, em um casamento que durou de 2015 a 2017.
Leia também
• Foto de Amber Heard e Johnny Depp abraçados após incidente do dedo decepado é exibida no tribunal
• Advogado de Depp parece comemorar menção de Heard a boato de que ator derrubou Kate Moss de escada
• Heard afirma que Depp a agrediu sexualmente durante gravações de 'Piratas do Caribe'
"Eu nunca agredi o Sr. Depp ou qualquer pessoa com quem eu fui romanticamente envolvida", disse Heard ao júri no 17º dia do caso iniciado por Depp, em que acusa sua ex-esposa de difamação.
O protagonista da franquia "Piratas do Caribe" acusa sua ex-esposa de arruinar sua reputação e sua carreira em um artigo do Washington Post de 2018 no qual ela se descreveu como uma "figura pública que representa o abuso doméstico".
Heard, estrela de "Aquaman", não mencionou Depp no texto, mas ele a processou por sugerir que ele tinha um comportamento de abuso doméstico. O ator pede US$ 50 milhões em danos.
Heard o contra-processou, com a acusação de "violência física desenfreada e abuso", pedindo US$ 100 milhões.
Depp, que passou quatro dias no banco das testemunhas, nega ter batido em Heard e afirma que era ela quem frequentemente iniciava a violência.
“É seu testemunho sob juramento que você nunca agrediu o Sr. Depp como a primeira agressora?”, questionou a ela Camille Vasquez, a advogada do ator.
"Tentei me defender quando pude", insistiu Heard. "Mas foi depois de vários anos sem me defender."
"Houve muitas vezes em que eu usei meu próprio corpo para me defender, e isso incluía me debater como desse se isso significasse conseguir fugir, com certeza", disse Heard.
Em uma gravação de áudio ouvida pelo júri, Heard admitiu ter brigado fisicamente com Depp em uma ocasião, mas insistiu que não o agrediu.
"Você está bem. Eu não te machuquei", diz ela no vídeo. "Você é um bebê."
'Ele sabe que está mentindo'
Heard também foi questionada pelos advogados sobre uma suposta agressão a sua então namorada, Tasya van Ree, no aeroporto de Seattle em 2009.
Heard nega ter feito tal coisa, dizendo que a acusação fazia parte de uma campanha de Depp para “manchá-la”.
Também perguntaram a Heard por que ela achava que Depp, o tempo todo em que esteve no banco das testemunhas, se recusou a olhar diretamente para ela.
"Porque ele é culpado", disse ela. "Ele sabe que está mentindo."
Durante seu depoimento, Heard afirmou que Depp poderia se tornar um "monstro" abusivo física e sexualmente quando estava bebendo.
A atriz disse que pedir o divórcio foi "a coisa mais difícil” que já teve que fazer. “Foi muito difícil porque eu amava tanto Johnny", insistiu.
Segundo Heard, na mesma semana em que pediu o divórcio, ela também pediu uma ordem de restrição porque Depp arremessou um celular em seu rosto.
A juíza do caso, Penney Azcarate, marcou as alegações finais para o dia 27 de maio. Depois disso, o caso vai a júri.
Segundo especialistas financeiros apresentados pelos advogados de Depp, o artigo do jornal o teria feito perder cerca de US$ 22,5 milhões pelo sexto filme da série "Piratas do Caribe", do qual ele foi removido.
O ator processou a ex-mulher nos Estados Unidos depois de perder um caso de difamação em Londres, quando atacou o tablóide britânico The Sun por chamá-lo de "marido violento".
Depp e Heard começaram a namorar em 2011 e se casaram em fevereiro de 2015. O divórcio ocorreu no início de 2017.