Alanis Guillen se despede de "Pantanal"
A atriz valoriza trajetória de Juma e exalta experiência "in loco" na novela das 21h
Juma não é a primeira protagonista da carreira televisiva de Alanis Guillen. Mas a atriz paulista, que tem 24 anos, sabe que “Pantanal” é uma novela que dificilmente será esquecida. E não só pelo público, mas por ela mesma. “Gera uma catarse muito forte em todos. É uma obra que não aponta nada, mas provoca. Nos desperta os sentimentos mais humanos e contraditórios e comunica com todos”, defende a atriz, que faz par com Jesuíta Barbosa no folhetim das 21h da Globo.
Para diversas cenas da trama, Alanis passou temporadas no próprio Pantanal. Essa experiência de gravar na região não só intensificou sua relação com a personagem, mas também parece ter mexido com outros aspectos interiores da própria atriz. “O Pantanal é um universo paralelo. O tempo lá é diferente, os sons, as cores, os animais, o calor... É um lugar no qual não adianta criar expectativas, porque somos sempre surpreendidos a cada momento”, descreve.
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Na história, Juma era uma mulher que vivia isolada com a mãe, Maria Marruá, interpretada por Juliana Paes, depois do assassinato do pai. Até que uma emboscada planejada pela então misteriosa Muda, vivida por Bella Campos, terminou na morte de Maria e, assim, Juma se endurecendo e se isolando cada vez mais. O amor por Jove, personagem de Jesuíta, no entanto, ajudou para que, aos poucos, a menina se abrisse e experimentasse essa relação. No meio do caminho, no entanto, uma atração forte pelo sedutor José Lucas quase colocou tudo a perder. “Tensão sexual. José provoca desejo carnal. Já o Jove, amor. Só que Juma não entende o que é essa sensação que José Lucas provoca. Por isso, se revolta”, defende Alanis.
Um dos pontos que mais surpreende na trajetória de Juma em “Pantanal” não chega a ser no aspecto romântico. Depois de perder a mãe em um plano de vingança de Muda, Juma teria tudo para não só se afastar da amiga, mas também revidar e faz justiça com as próprias mãos – ou, no caso de uma mulher que vira onça, garras. Mas não foi isso que acabou acontecendo.
“Quando a Muda revela a versão dela dos fatos, sobre o que a levou ao Pantanal, num primeiro momento, a Juma se revolta. Mas logo a Muda destrincha a história toda e Juma se permite ouvir. Nessa escuta, elas descobrem não o perdão em si, mas a fonte causadora dessa tragédia, o alvo em comum. Assim, se iniciou um novo movimento na trama”, pontua Alanis.
A estreia de Alanis na tevê se deu de forma especial, mas acabou afetada pela pandemia do novo coronavírus. A atriz foi escolhida para protagonizar “Malhação: Toda Forma de Amar”, que estreou em 2019, na pele da batalhadora e injustiçada Rita. Na história, a menina acreditava que a filha que teve com apenas 15 anos não tinha resistido, vindo a morrer. Dois anos depois, porém, no leito de morte do pai, descobre que, na verdade, a criança foi adotada por uma família da capital do Rio de Janeiro. A trama ia bem, mas perto do fim, foi interrompida pelo cenário pandêmico e acabou se tornando a última temporada de “Malhação”. Na época, muitas mães e, claro, adolescentes interagiam com a atriz.
Hoje, com Juma, Alanis reconhece que o alcance é outro. “A maior e melhor surpresa é ver um público diverso, de todas as idades, lugares e tribos, envolvido com ‘Pantanal’”, garante ela, que se diz fã da novela. “É uma dramaturgia das mais bem construídas. Não perco um capítulo e, quando perco, vejo logo depois, no Globoplay. Me divirto, assisto como público e me envolvo igual”, diz.