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Operação Integration

Alvo de investigação, avião de Gusttavo Lima tinha custo operacional de R$ 12,6 mil por hora de voo

Polícia considera que vendas de aeronave, por R$ 33 milhões, foram feitas de maneira irregular, com o intuito de lavar dinheiro ilícito

A aeronave de Gusttavo Lima é um dos principais bens associados ao artista que impulsionaram a investigação da Polícia Civil de PernambucoA aeronave de Gusttavo Lima é um dos principais bens associados ao artista que impulsionaram a investigação da Polícia Civil de Pernambuco - Foto: Marcus Soarez/Divulgação

Alvo da Operação Integration — o cantor é considerado suspeito de integrar uma organização que teria movimentado R$ 3 bilhões com jogos de azar on-line, ocultação de bens e lavagem de dinheiro —, Gusttavo Lima era proprietário, até este ano, de um avião do modelo Cessna Citation XLS.

A aeronave, que tinha um custo operacional de R$ 12,6 mil por hora de voo, é um dos principais bens associados ao artista que impulsionaram a investigação da Polícia Civil de Pernambuco.

Do último ano pra cá, o jatinho em nome da produtora Balada Eventos — empresa responsável pelos shows de Gusttavo Lima — foi vendido duas vezes para pessoas igualmente investigadas pela Operação Integration.

A primeira compra foi feita em 2023 (pelo valor de U$ 6 milhões, o equivalente a R$ 32,6 milhões) pela empresa Sports Entretenimento, que pertence ao pernambucano Darwin Henrique da Silva Filho, que, de acordo com a polícia, é de uma família de bicheiros do Recife. O comprador se desfez do avião dois meses depois, alegando problemas técnicos.

A polícia identificou que tanto o contrato quanto o distrato foram emitidos no mesmo dia, 25 de maio de 2023. E que o laudo — que apontou a suposta falha mecânica — foi emitido em 29 de junho daquele ano. O mesmo avião voltou a ser vendido em 2024. Dessa vez, a compra foi realizada pela J.M.J Participações, empresa de José André da Rocha Neto, também alvo da operação.

De acordo com a polícia, a segunda venda (no valor de R$ 33 milhões) foi realizada sem que nenhum laudo comprovasse o reparo no avião. Além disso, a transação envolveu um helicóptero que também era da empresa de Gusttavo Lima e já tinha sido comprado por outra empresa de Rocha Neto. Na negociação, o helicóptero voltou para o cantor.

A polícia considera que as vendas foram feitas de maneira irregular, usando quantias legais e ilegais, com o intuito de lavar dinheiro oriundo de práticas ilícitas. "Esta é uma forma de lavagem: transitar o dinheiro através de várias pessoas físicas ou jurídicas, buscando não facilitar o rastreamento deles", explicou Renato Rocha, delegado geral da Polícia de Pernambuco.

Como era o avião de Gusttavo Lima?

Versão melhorada do modelo Citation Excel, a aeronave Cessna Citation XLS alcança a velocidade máxima de pouco mais de 800 quilômetros por hora e pode percorrer distâncias de 3,4 mil quilômetros, permitindo a realização de voos entre cidades como São Paulo e Buenos Aires ou Rio de Janeiro e Santiago.

A cabine comporta até oito pessoas, e conta com assentos em couro costurado à mão — "e configurados para conversação" —, além de revestimento em madeira e metais polidos. A marca responsável pela fabricação do avião também destaca, na parte interna, a presença de "mesas pop-out convenientes" e a "ampla iluminação e armazenamento no lavatório".

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