Amazon diz que não venderá livros que enquadrem LGBTQ como 'doença'
Gigante no comércio eletrônico no mundo confirmou a decisão aos senadores conservadores que pediram uma explicação após um título ser retirado da plataforma da empresa
Maior vendedor de livros do mundo, a Amazon explicou sua decisão em uma carta a um grupo de senadores republicanos que no mês passado pediu ao CEO da companhia, Jeff Bezos, uma explicação sobre o motivo do título "When Harry Became Sally: Responding to the Transgender Moment" ("Quando Harry se tornou Sally: Respondendo ao Momento Transgênero", em tradução livre) não estava mais disponível na plataforma da empresa.
"Quanto à pergunta específica sobre 'When Harry Became Sally', optamos por não vender livros que enquadram a identidade LGBTQ+ como uma doença mental", escreveu o vice-presidente de políticas públicas da Amazon, Brian Huseman, na quinta-feira.
Na carta, a Amazon explicou aos senadores Marco Rubio, Mike Lee, Mike Braun e Josh Hawley que milhares de autores em todo o mundo, com "opiniões divergentes", se auto-editaram por conta própria usando a ferramenta Kindle Direct Publishing da Amazon.
"Como livreiros, oferecemos aos nossos clientes acesso a uma variedade de pontos de vista, incluindo livros que alguns clientes podem considerar questionáveis", escreveu Huseman.
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"Dito isso, nos reservamos o direito de não vender determinados conteúdos".
Nesta sexta-feira, o autor de "When Harry Became Sally", o acadêmico conservador Ryan Anderson, criticou Bezos e a Amazon por fazerem "declarações falsas sobre mim e meu livro" quando foi lançado em 2018. "Agora, a Amazon, de propriedade de Bezos, está repetindo essas falsidades como justificativa para cancelar meu livro".
Anderson também republicou uma defesa que fez na época em que escreveu: "Por favor, cite a passagem onde eu os chamo de 'doentes mentais'. Não pode citar essa passagem, porque ela não existe".
O livro aborda uma variedade de temas, incluindo identidade de gênero, de acordo com o Wall Street Journal.
A decisão da Amazon ocorre em meio a um debate alimentado por conservadores que afirmam que os democratas, e até certo ponto os gigantes da tecnologia, buscam "cancelar" suas vozes porque promovem pontos de vista opostos ou diferentes.