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"Nunca abandonei": amigo de Liam Payne investigado rompe o silêncio e dá detalhes do último encontro

Empresário negou as acusações e afirmou que esteve com o cantor no hotel onde ele estava hospedado 40 minutos antes de sua morte

Liam PayneLiam Payne - Foto: Tolga Akmen/AFP

Após ser acusado pela Justiça por "abandono de pessoa" seguido de morte e fornecimento de entorpecentes, Rogelio “Roger” Nores, amigo argentino de Liam Payne, quebrou o silêncio e deu detalhes sobre o último encontro que teve com o cantor, minutos antes de sua morte.

Payne, de 31 anos, morreu em 16 de outubro, após cair da varanda do hotel em que estava hospedado, em Buenos Aires.

O empresário concedeu uma entrevista exclusiva ao Daily Mail nesta quinta-feira, depois que o Ministério Público que investiga a causa da morte do ex-integrante do One Direction confirmou sua acusação junto com a de outras duas pessoas.

Nores negou as acusações. “No dia 17 de outubro, prestei depoimento ao promotor como testemunha e, desde então, não voltei a falar com nenhum policial ou promotor”, afirmou.

Nores também rejeitou a acusação de ter abandonado seu amigo enquanto este estava em uma situação extremamente perigosa. “Nunca abandonei Liam. Fui ao hotel dele três vezes naquele dia e saí 40 minutos antes de tudo acontecer”, disse Nores.

“Havia mais de 15 pessoas no saguão do hotel conversando e brincando com ele quando fui embora”, indicou. E acrescentou: “Nunca imaginei que algo assim aconteceria”

Além disso, na entrevista ao jornal britânico, ele explicou qual era o vínculo que o unia a Payne. “Eu não era o empresário de Liam, ele era apenas um amigo muito querido. Estou realmente desolado por essa tragédia e sinto falta do meu amigo todos os dias”, afirmou.

A entrevista foi publicada horas depois de a Procuradoria Nacional argentina indiciar Nores como autor do crime de abandono de pessoa seguido de morte, em concurso ideal com fornecimento e facilitação de entorpecentes.

Os outros dois indiciados são Ezequiel Pereyra, funcionário de manutenção do hotel Casa Sur, onde o cantor morreu, e Braian Paiz, acusados do fornecimento eventual de entorpecentes.

De acordo com a autópsia, o cantor consumiu cocaína, álcool e um antidepressivo prescrito no hotel de Palermo onde estava hospedado e de onde se lançou ao vazio em 16 de outubro passado.

“Os resultados das análises – já comunicados à família – revelaram que, nos momentos anteriores à sua morte e no período de pelo menos suas últimas 72 horas, Payne apresentava em seu corpo apenas traços de um policonsumo de álcool, cocaína e um antidepressivo prescrito. Essa conclusão foi alcançada após análises toxicológicas completas de urina, sangue e humor vítreo realizadas em um curto espaço de tempo”, informou a Procuradoria Geral.

Tanto Nores quanto os outros dois acusados estão proibidos de sair do país e agora devem aguardar que a juíza efina as datas em que deverão comparecer para os interrogatórios. (Com La Nacion).

Como foi a morte
Liam Payne foi encontrado morto no dia 16 de outubro após cair do terceiro andar do quarto 310 do hotel Casa Sur, em Palermo, numa das 16 acomodações do local que tinham sacada.

O ex-One Direction morreu instantaneamente devido a uma fratura no crânio e múltiplos ferimentos ao cair de uma altura de 13,7 metros. Segundo o Ministério Público local, ele teve "múltiplos traumas" e "hemorragia interna e externa".

"Payne não estava plenamente consciente ou atravessou um estado de diminuição notória ou abolição da consciência no momento da queda", informa o comunicado. Segundo Alberto Crescenti, chefe dos serviços de emergência de Buenos Aires, Payne já estava morto quando os paramédicos chegaram ao local.

O que ocorreu antes da queda?
Horas antes da notícia, policiais da Delegacia 14B de Buenos Aires foram chamados ao hotel após uma ligação de emergência, que afirmava que um homem agressivo estava no local e poderia estar sob a influência de drogas ou álcool.

Foi divulgado o áudio da ligação que o proprietário e administrador do hotel onde o cantor estava hospedado fez para os serviços de emergência, antes que o ex-integrante do grupo One Direction caísse da varanda e morresse.

"Temos um hóspede que está sob efeito de drogas e está destruindo todo o quarto", disse desesperadamente o homem identificado como Esteban Grazzie.

Imagens vazadas do quarto, como estava momentos antes da queda, mostram uma televisão LED com a tela quebrada, ladeada por um par de taças e garrafas de bebidas alcoólicas. Em cima de outro móvel, foram encontrados vestígios de diferentes substâncias.

Vêem-se velas, um pó branco, um isqueiro, uma lata de refrigerante queimada, papel alumínio, um copo de vidro e restos de uma caixa de sabão. Na banheira, podiam ser vistos restos de cera e papel alumínio amassado e queimado.

O que diz a investigação até agora?
A Justiça ordenou mandados de busca e apreensão no hotel em que Payne se hospedou; num campo de polo equestre localizado na cidade de General Rodríguez, na Grande Buenos Aires; em dois apartamentos em Palermo, outro em Retiro e um no Abasto; numa casa em Tigre; numa residência no município de Lomas de Zamora; num imóvel na cidade de Ushuaia; e numa casa em La Matanza.

Três pessoas foram indiciadas e posteriormente detidas. Um empresário argentino, amigo de Liam Payne, é acusado pela Justiça argentina por "abandono de pessoa", como apontam os laudos preliminares da investigação acerca da morte de Payne.

Um funcionário de manutenção do hotel e o suposto traficante de drogas foram acusados por fornecimento de substâncias ilícitas. Por se tratar de um crime mais grave, a Justiça proibiu que eles deixassem o país.

O funcionário foi acusado de ser o fornecedor da droga consumida pelo artista no dia de sua morte. A substância teria sido fornecida por um traficante da cidade de Lomas de Zamora.

Quem eram as mulheres que estiveram com o cantor?
A única busca realizada em um endereço que não pertence a nenhum dos três acusados foi numa casa em Ushuaia. Lá morava L., uma das duas mulheres que estiveram com Payne poucas horas antes de sua morte.

As duas chegaram ao hotel, supostamente chamadas pelo cantor, através de um aplicativo de acompanhantes chamado "Gemidos". Segundo depoimentos de testemunhas, ambas as mulheres tentaram cobrar US$ 5 mil do artista, mas o cantor se recusou a pagar.

Isso gerou uma discussão entre elas e Payne, que ultrapassou os limites do quarto e chegou até a recepção.

Como as duas mulheres se recusavam a sair sem o pagamento, um dos responsáveis pelo hotel entrou em contato com o amigo empresário de Payne para que ele enviasse o dinheiro. Mas não houve resposta. Após a mediação do responsável pela recepção, L. e A. acabaram se retirando.

As duas mulheres foram as últimas pessoas a ver Liam Payne com vida e prestaram depoimento como testemunhas. No entanto, uma delas está sendo investigada judicialmente por não conseguir explicar se foi Payne quem a chamou para o hotel ou se foi algum dos funcionários.

O que dizem os exames toxicológicos?
A Justiça argentina informou na tarde desta quinta-feira (7), que, segundo resultados de exames toxicológicos, Liam Payne havia consumido álcool, cocaína e um antidepressivo antes de morrer ao cair da varanda de seu hotel em Buenos Aires, no mês passado.

"Os resultados dos exames toxicológicos - já informados à sua família - revelaram que, nos momentos anteriores à sua morte e no período de pelo menos suas últimas 72 horas, Payne só apresentava em seu corpo vestígios de um consumo múltiplo de álcool, cocaína e um antidepressivo prescrito", diz a nota, publicada pelo Ministério Público.

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