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Amparo 60

Amparo 60 abre sua temporada 2024 com a mostra: "A pintura, a fotografia e o momento eterno"

Os artistas Francisco Baccaro, Helder Ferrer e Isabela Stampanoni trabalham a questão do tempo como elemento criativo da pintura e da fotografia na exposição que tem curadoria de Raul Córdula

Obra de Helder Ferrer que está presente na mostra: "A pintura, a fotografia e o momento eterno"Obra de Helder Ferrer que está presente na mostra: "A pintura, a fotografia e o momento eterno" - Foto: Helder Ferrer/ Divulgação

Nesta quinta-feira (29), a partir das 19h, a Amparo 60, galeria localizada em Boa Viagem- zona sul do Recife-, inicia a temporada de exposições de 2024.     A pintura, a fotografia e o momento eterno reúne trabalhos de Francisco Baccaro, Helder Ferrer e Isabela Stampanoni, com curadoria do também artista Raul Córdula.  A proposta é traçar a relação entre visões contemporâneas sobre o tempo como elemento criativo da pintura e da fotografia, abordando a técnica da rotina fotográfica e a manipulação pictural. A mostra fica em cartaz até 29 de março e a visitação para o público tem início a partir desta sexta-feira (1).

O horário para visitar a mostra é das 10h às 19h de segunda a sexta, enquanto funciona das 10h às 15h nos sábados (com agendamento prévio).

A ideia para a exposição surgiu a partir do diálogo entre Francisco Baccaro e Helder Ferrer, cujo principal suporte de trabalho é a fotografia, com Raul Córdula, artista que atua fortemente no campo da pintura. Dessa troca, nasceu a ideia de realizar uma mostra que colocasse essas técnicas - vistas, em algum lugar do passado, como rivais - num momento de troca, pensando nas relações possíveis, em como cada uma delas pode se apropriar de elementos que, inicialmente, seriam característicos da outra.

Para tornar esse processo ainda mais profícuo, juntou-se ao grupo Isabela Stampanoni, artista cuja produção se dá majoritariamente no campo da pintura e do desenho, mas que se põe em constante diálogo com outras possibilidades.

“Queremos reafirmar que a fotografia realizada numa relação tempo e espaço, através da pupila diante do panorama, e a captação de imagens a partir de vários meios de produção também estabelece o comentário didático sobre a fatura artística. É importante mostrar ao público acontecimentos do metier do trabalho artístico também como forma de educação para a arte. A pintura se relaciona com o tempo quando se pinta um panorama ao ar livre, onde o tempo geográfico determina a situação da luz, exemplo histórico se vê ainda em Monet, na sequência de pinturas da Catedral de Rouen, pintadas em cada momento da luz durante um dia”, escreve Raul Córdula em seu texto curatorial.

Francisco Baccaro vai apresentar trabalhos inéditos de uma série que ele produz desde a década de 1990. Nesses trabalhos, o artista convida pessoas para seu estúdio e registra imagens tentando explorar as formas naturais do corpo humano. Segundo ele, uma das referências para esse material são os escritos reunidos em Tratado da pintura, de Leonardo da Vinci, em que o pintor italiano fala sobre os fundamentos do desenho e da pintura.

 “A pintura sempre fez parte da minha vida e, nessas obras, estou sempre em diálogo com ela. São estudos sobre o corpo humano e suas formas. Além disso, trago uma outra série de trabalhos que venho desenvolvendo em Lisboa com plantas e flores que recolho e levo para casa para também fotografá-las, salientando as suas formas naturais. São fotos pictóricas”, detalha o artista.

Helder Ferrer traz ao público oito imagens inéditas da série intitulada Infinito Particular. Nelas, o artista faz um mergulho no seu interior e projeta nuances cromáticas para desenvolver paisagens imaginárias. “A transformação que propõe a fotografia que Helder coloca nesta mostra já é em si a interferência técnica sobre o arcabouço do manuseio fotográfico, quando ele não mira mais o modelo, a paisagem, o mundo captado pela retina. Ele simplesmente fotografa o que está na sua cabeça e no seu coração, comportamento natural de qualquer artista”, comenta o curador sobre os trabalhos de Ferrer.

Já Isabela Stampanoni apresenta pinturas e desenhos produzidos entre 2021 e 2023 (alguns já mostrados no Recife e outros só em Berlim) que dialogam entre si dentro do repertório de pesquisa da artista.

 “O movimento, o ritmo, seja este, o nosso, ou o das placas tectônicas da terra ou da música, por exemplo.  Apresento alguns trabalhos da série Enquanto durmo e acordo na América do Sul, Físico e TERRAS FÉRTEIS.  São séries com títulos diversos, mas que se cruzam na essência da ideia”, detalha.

Segundo ela, todas tratam do ritmo e das mudanças e transformações micro e macro, individual e coletiva, onde os fenômenos do mundo físico e natural se confundem com a natureza humana e vice-versa. “Isso é o que penso enquanto faço as obras, mas o que se vê, são mapas reconhecíveis e repetidos em posições diversas e às vezes se desmanchando, ou manchas paisagens”, complementa. 

Serviço:

Mostra: A pintura, a fotografia e o momento eterno
Francisco Baccaro, Helder Ferrer e Isabela Stampanoni
Curadoria Raul Córdula
Abertura: 29 de fevereiro de 2023, a partir das 19h
Visitação: De 1 a 29 de março de 2024.
Segunda a sexta, das 10h às 19h
Sábados das 10h às 15h, com agendamento prévio
Galeria Amparo 60 - No 3º andar da Dona Santa (Rua Professor Eduardo Wanderley
Filho, 187 - Boa Viagem, Recife - PE, 51020-170)

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