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Ana Paula Padrão deixa a apresentação do "Masterchef Brasil" para focar no lado empresária

Após uma década como apresentadora do reality, Padrão decido procurar um novo rumo em sua carreira

A apresentadora Ana Paula PadrãoA apresentadora Ana Paula Padrão - Foto: Divulgação

Desde que deixou a Globo, em 2005, que Ana Paula Padrão tomou gosto por se transformar.

As passagens curtas por SBT e Record duraram o tempo exato para que ela entendesse que, apesar da paixão pelo jornalismo, o posto de âncora já não fazia mais sentido para suas ambições profissionais.

Ao estrear na Band, em 2014, conseguiu fazer a transição das bancadas para o entretenimento de forma natural, emprestando sua credibilidade à versão nacional do talent-show “Masterchef”, uma aposta da emissora para revitalizar o horário nobre.

Uma década depois, mesmo satisfeita com o sucesso e sua trajetória à frente do programa de culinária, Padrão se prepara para apresentar seus últimos episódios à frente da produção e se lançar em novas aventuras.

Em comum acordo com a Band, ela acertou a não renovação de seu contrato, que termina no final deste mês. “Vivi os melhores 10 anos da minha vida no ‘Masterchef’ e tive o privilégio de ver um produto de entretenimento mudar a forma como o brasileiro se relaciona com a comida. Só tenho a agradecer tanto à equipe, que tão competentemente produz o programa, quanto à Band pela ousadia de fazer essa aposta”, destaca.

Com sua saída acertada desde antes da estreia de “Masterchef Confeitaria”, a atual temporada foi concebida como uma doce despedida de Padrão da função de apresentadora, que segue até agora sem a divulgação de um possível nome para substituí-la.

“As guloseimas foram as grandes estrelas da temporada. O programa passou por diversas modificações e atualizações. Nesta edição, as provas ficaram mais complexas e longas, respeitando o processo de confecção e exibindo mais detalhes para os fãs”, elogia.

Para ela, é justamente esse poder de adaptação o segredo da longevidade da franquia “Masterchef” na programação da emissora que, além das versões tradicionais com amadores e profissionais, também já investiu em uma edição para crianças.

Mesmo com temporadas de resultados oscilantes e a saída e entrada de novos técnicos, o programa seguiu como um dos pilares da grade da Band.

“São poucos os realities que ficam no ar esse tempo todo. Com público tão cativo, com gente que realmente acompanha e ama. Ao longo do tempo, a gente foi entendendo melhor como contar as histórias dos participantes, fazendo as coisas de um jeito mais brasileiro, tudo para realmente criar uma conexão com o telespectador”, explica.

O posto de apresentadora, inclusive, é uma exclusividade do “Masterchef” no Brasil. Inicialmente, os puristas e fãs das versões ao redor do mundo, não sabiam muito bem a razão de criar uma nova função no formato.

Porém, logo entenderam que, muito além de fazer a ponte entre os técnicos e os cozinheiros, a figura de Padrão nas temporadas se tornou um símbolo de alento aos participantes após cada eliminação, além de narrar os episódios e se envolver na produção das reportagens que entremeiam as provas e a dinâmica no estúdio.

“É um trabalho muito gostoso de se fazer. Consegui utilizar minha experiência como jornalista nessa empreitada e tive de aprender a me comunicar de outras formas ao longo desse processo, com mais leveza e humor”, avalia.

Natural de Brasília, Padrão por pouco não seguiu a carreira de bailarina. A busca por uma profissão que pudesse saciar sua curiosidade sobre a vida e a possibilidade de conhecer o mundo acabou a levando a prestar vestibular para Jornalismo.

Recém-formada, ficou apenas um ano atuando como repórter na capital federal e logo foi para a Globo, onde foi correspondente internacional nas sucursais de Londres e Nova Iorque.

Em 2000, aceitou o convite para voltar ao Brasil e assumir a bancada do “Jornal da Globo”, os horários trocados para dar conta do jornalístico, entretanto, foram se tornando cada vez mais cansativos.

“Minha vida era diferente da de todas as pessoas que eu conhecia. Dormia de dia para estar bem à noite. Chegou um momento em que eu queria uma rotina mais normal”, conta.

Em alta no mercado, ela acabou sendo contratada pelo SBT com um alto salário. Porém, depois de quatro anos, acertou sua ida para a Record, onde ficou mais cinco anos e ajudou a sedimentar a audiência do “Jornal da Record”.

Aos 59 anos, a saída de Padrão da Band é também uma pausa de sua carreira televisiva. Agora, ela pretende se dedicar totalmente à sua porção empresária e investir em seu projeto educacional voltado para a liderança feminina.

“A criação de uma rede de apoio entre mulheres tem sido a minha principal missão. Demorei muito para chegar onde estou e quero ajudar pessoas a conquistarem mais autonomia e segurança em suas próprias vidas”, ressalta.

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