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MUSICA

Após apagão, Engenhão garante energia para show de Roger Waters, no sábado à noite

Além de compromisso do estádio, produção da turnê do cantor e compositor britânico tem geradores próprios para eventuais emergências

Roger Waters, membro fundador do Pink FloydRoger Waters, membro fundador do Pink Floyd - Foto: Divulgação/Instagram

A energia está garantida para o show de Roger Waters no Engenhão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, no próximo sábado (28). Representantes do Estádio Nilton Santos — que sofreu um apagão na última semana, o que levou ao adiamento da partida de futebol entre Botafogo e Athletico-PR — informam ao GLOBO que o fornecimento de energia no local já voltou a ser normalizado. De acordo com a assessoria de imprensa do Botafogo, clube responsável pela administração do lugar, o Engenhão está "em plenas condições de receber todo e qualquer evento".

Até o momento, porém, as causas da brusca queda de energia — que deixou o estádio às escuras no último sábado (21) — ainda não foram totalmente esclarecidas. Segundo a empresa Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia na cidade do Rio de Janeiro, "técnicos identificaram um defeito interno nas instalações elétricas de responsabilidade do cliente". Procurado, o Botafogo não quis se posicionar oficialmente acerca do assunto.

Músico tem geradores próprios

Fato é que eventuais problemas com o fornecimento de energia no estádio não representam grandes preocupações para a equipe responsável pela produção do show. A turnê do cantor e compositor britânico, ex-líder do Pink Floyd, tem rodado o país (e o mundo) com geradores de energia próprios, independentemente dos lugares por onde passa.

Aliás, nenhuma equipe que opera shows desse tamanho acontece sem a presença de geradores de energia próprios. "Caso contrário, seria um risco muito grande para se correr", avalia um profissional do meio. Nos contratos, inclusive, é costume haver cláusulas determinando a obrigação de se ter geradores próprios, por parte da equipe dos artistas, para quaisquer emergências.

Cantor fez primeiro show em Brasília

Como era de se esperar, Roger Waters trouxe ao Brasil um show repleto de referências políticas. A primeira apresentação do artista — que passará também por São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba, além da capital fluminense — aconteceu em Brasília, na última terça-feira (24). No dia anterior, o músico se encontrou com o presidente Lula, no Palácio do Planalto.

No estádio Mané Garrincha, o cantor enfileirou hits como "Another brick in the wall" e "Wish you were here", além de referências políticas. A primeira veio logo na abertura, com o seguinte aviso no telão: "Se você é um daqueles que diz: 'Eu amo o Pink Floyd, mas não suporto a política do Roger', você pode muito bem se retirar para o bar agora. Obrigado."

Ao longo do show, Roger Waters reivindicou os direitos humanos de indígenas, palestinos e membros da comunidade LGBTQIAP+, além de outros grupos vítimas de violência. Ele também se referiu a presidentes americanos como "criminosos de guerra" e sugeriu que Joe Biden, Vladimir Putin e Zelensky sentassem num bar para conversar acerca da Guerra da Ucrânia. O "bar" em questão é também uma citação à nova canção do música, "The Bar", apresentada no show.

Assassinada em 2018, a vereadora Marielle Franco recebeu uma homenagem no telão da apresentação, ao lado de outros nomes de homens e mulheres vítimas por seu ativismo político e social.

Apesar da "política do Roger" permear toda a apresentação, o artista evitou usar o figurino preto que remete a um uniforme nazista que causou polêmica em apresentações na Europa. Em junho, a Confederação Israelita do Brasil entrou com uma ação para que o cantor fosse impedido de realizar os shows no país. Na ocasião, o ministro Flávio Dino reafirmou que apologias ao nazismo são crime no país, mas descartou uma censura prévia. Em entrevista ao GLOBO no mês passado, Waters falou sobre a polêmica envolvendo o uniforme:

— Qualquer pessoa minimamente familiarizada com "The Wall" sabe que, na narrativa, a estrela do rock Pink sofre episódio psicótico e imagina-se degenerado, na pele de um tirano de estilo nazista. É uma crítica satírica às ideologias tirânicas. Mais tarde, Pink se recobra do episódio e, se autoexaminando em um julgamento imaginário, emerge como o coração fofinho e vermelho que amamos. Em nenhum momento “The Wall” glorifica o nazismo ou promove antissemitismo. Pergunto aos doidões da cultura do cancelamento: por que, depois de 45 anos, uma peça contemplativa e humanista como “The Wall”, e seu autor, sofrem ataques mentirosos, coordenados pelo lobby israelense? Claro que sei a resposta: minha defesa do povo palestino.

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