Logo Folha de Pernambuco

Crítica

Após crítica negativa a "Ainda Estou Aqui", brasileiros invadem redes do Le Monde

Publicação fala que atriz brasileira vencedora do Globo de Ouro tem atuação "monocórdica"

Fernanda Torres vence como Melhor Atriz (Drama) no Globo de Ouro 2025Fernanda Torres vence como Melhor Atriz (Drama) no Globo de Ouro 2025 - Foto: Amy Sussman/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/Getty Images via AFP

Os brasileiros não ficaram nenhum pouco satisfeitos com a crítica negativa de "Ainda estou aqui" publicada no jornal francês Le Monde.

No texto, o crítico Jacques Mandelbaum destaca a atuação de Fernanda Torres como "passavelmente monocórdica". Ele detona o foco em Eunice Paiva que, em sua visão, fez o filme "passar com um traço leve demais pela compreensão do mecanismo totalitário".

Após a divulgação de trechos da crítica nas redes sociais, muitos brasileiros invadiram as redes do jornal francês para reclamar da publicação. Em posts diversos do Le Monde no Instagram, é possível encontrar centenas de comentários em português ironizando o veículo.

Enquanto alguns comentários focam em exaltar Fernanda Torres, pedindo respeito à atriz vencedora do Globo de Ouro, outros tratam de atacar "Emilia Pérez", filme francês que deve disputar com o longa de Walter Salles o prêmio de melhor filme internacional.

"Tô vendo que o Brasil tem mais uma página pra derrubar", ameaçou internauta. Já outro decretou: "Pão de queijo é melhor que croissant".

Outros trataram de analisar o objeto do texto francês. "Por acaso vocês são brasileiros pra definir o que é 'suavizar' a ditadura? Por acaso vocês estavam aqui??? Atuação SEM EMOÇÃO?? Eunice Paiva iria ter qual reação com pessoas desconhecidas e armadas dentro da própria casa???? Se for pra falar do que não sabe é melhor nem fazer review alguma", defendeu brasileiro.

A publicação deu ao longa brasileiro — uma co-produção com a França — apenas uma estrela, em uma escala de quatro. Apesar disso, "Ainda estou aqui" teve repercussão bem positiva junto à crítica francesa.

"Doze anos após seu último filme, Walter Salles narra com força e emoção o luto impossível que atingiu os Paiva", escreveu o Libération. Já a tradicional Cahiers du Cinéma escreveu: "Um filme realizado com sutileza, que reafirma a necessidade da transmissão". Enquanto o Le Figaro destacou que o filme retratou "uma cativante e poderosa narrativa histórica", o Positif resumiu: "Um filme ao mesmo tempo intimista e universal". A revista Le Nouvel Obs escreveu: "O melhor filme de Walter Salles. Uma obra sobre a memória, sóbria e intimista, atravessada pelos fantasmas dos desaparecidos."

Veja também

Newsletter