Após greve de fome, Irã solta cineasta Jafar Panahi sob fiança, após 7 meses presos
Diretor de 62 anos é um dos mais premiados do país e foi detido em julho
O renomado diretor de cinema iraniano Jafar Panahi, preso por quase sete meses no Irã, foi solto sob fiança, segundo anunciaram uma ONG e um jornal iraniano nesta sexta-feira. Nesta quarta-feira, sua mulher havia divulgado um comunicado do cineasta em que ele afirmava ter começado uma greve de fome.
"Hoje, como muitas pessoas presas no Irã, não tenho outra escolha a não ser protestar contra este comportamento desumano com meu bem mais querido: minha vida", afirmou Panahi.
"Em protesto contra o comportamento ilegal e desumano do aparato judicial e de segurança e desta tomada de refém, iniciei uma greve de fome em 1º de fevereiro. Vou me recusar a comer e beber qualquer alimento e remédio até o momento da minha libertação".
Leia também
• Academia irá manter indicação polêmica ao Oscar
• Ator de "Argentina, 1985" morre um dia após filme ser indicado ao Oscar
• Oscar 2023: campeões de bilheteria não estão entre os mais indicados
Panahi, cujos filmes ganharam prêmios em vários festivais de cinema europeus, foi libertado "dois dias depois de iniciar uma greve de fome", tuitou a ONG Centro para os Direitos Humanos no Irã, com sede em Nova York, enquanto o jornal iraniano Shargh publicou uma foto do cineasta abraçando um de seus apoiadores, ao deixar a prisão de Evin, em Teerã.
Panahi, 62 anos e um dos cineastas mais premiados do Irã, foi detido em julho, antes da onda de protestos que abalam o regime iraniano desde setembro. Pahani cumpre pena de seis anos de prisão, pronunciada em 2010, por "propaganda contra o sistema".
O cineasta venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza em 2000 por "O Círculo" e o Urso de Ouro do Festival de Berlim em 2015 por "Taxi Teerã".
Várias personalidades do mundo cultural estão entre os milhares de detidos no Irã como parte da repressão aos protestos iniciados após a morte, na prisão, da jovem curda Mahsa Amini, em meados de setembro.