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Após ser cancelado, espetáculo 'Abrazo' deve voltar aos palcos

O Ministério Público Federal de Pernambuco expediu uma recomendação para que a Caixa Econômica Federal retome a apresentação da peça

Espetáculo "Abrazo", do grupo Clowns de ShakespeareEspetáculo "Abrazo", do grupo Clowns de Shakespeare - Foto: Rafael Telles/Divulgação

Após ter o espetáculo cancelado horas antes de sua segunda apresentação no dia 7 de setembro, na Caixa Cultural do Recife, a peça “Abrazo”, encenada pela companhia Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte, deve voltar aos palcos.

O Ministério Público Federal (MPF) de Pernambuco (PE) expediu uma recomendação para que a Caixa Econômica Federal (CEF) retome a apresentação do espetáculo. Segundo a procuração a peça deve ser exibida por, pelo menos, mais oito apresentações, período previsto no contrato original.

Em caso de desinteresse do grupo teatral ou de outra impossibilidade absoluta, a CEF deverá promover a apresentação de outro espetáculo relacionado ao tema liberdade de expressão e manifestação artística, com o mesmo número de sessões igual as de Abrazo que forem canceladas.

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O documento, direcionado à Superintendência da CEF no Recife, é assinado pelas procuradoras da República Carolina de Gusmão Furtado e Ana Fabíola Ferreira, ambas à frente da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em PE, como titular e substituta, respectivamente.

As procuradoras usam como argumento, a Constituição Federal que assegura a livre manifestação do pensamento e proíbe qualquer espécie de censura.

A Caixa tem um prazo de cinco dias a partir do dia da notificação para informar e acatará ou a recomendação e que providências serão adotadas para a retomada do espetáculo.

Cancelamento do espetáculo
Segundo a CEF, o contrato de patrocínio foi rescindido por devido ao conteúdo de bate-papo entre o elenco e a plateia, que fazia parte da programação. Segundo a Caixa, essa conversa configurou infração à cláusula do contrato que trata da obrigação de "zelar pela boa imagem dos patrocinadores, não fazendo referências públicas de caráter negativo ou pejorativo".

Para o MPF, "o cancelamento abrupto das apresentações - ainda que por alegada violação a obrigação contratual por parte da companhia teatral - teve um impacto negativo, gerando na comunidade - como se extrai da repercussão na imprensa e nas redes sociais - receio quanto ao cerceamento da liberdade artística e da liberdade de manifestação do pensamento".

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