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Memória Afetiva

Artista pernambucana cria museu virtual em homenagem à Bomba do Hemetério

Iniciativa conta com intervenções artísticas e mobiliza moradores para participarem das ações coletivas

Karinne Costa - ao fundo, exposição da coleção "Sonhos Vivos", do artista Jeff AlanKarinne Costa - ao fundo, exposição da coleção "Sonhos Vivos", do artista Jeff Alan - Foto: Acervo Pessoal

Um museu virtual reunindo memórias afetivas do bairro da Bomba do Hemetério, na Zona Norte do Recife, está sendo construído pela artista pernambucana e coordenadora de projetos sociais Karinne Costa, de 28 anos.

Batizado como Museu dos Sonhos Vivos, o projeto conta com intervenções artísticas e mobiliza moradores para participarem das ações coletivas.

Neste fim de semana, um mutirão de pintura vai ser realizado no bairro e o projeto promoverá o Circuito de Andada.

A ação vai ocorrer no sábado (19) e domingo (20), das 9h às 17h, e vai interligar e sinalizar com artes visuais, jogos e intervenções, o percurso entre a Escola Mardônio Coelho, localizada em frente ao Largo da Bomba, e o Mirante da Bomba

Ao longo do trajeto, a iniciativa passará por por cinco agremiações culturais, iniciando pela sede da Tribo Canindé, grupo de caboclinho mais antigo do Recife. 

De lá, seguirá para o Maracatu Nação Raízes de África, fundado e comandado pelo Mestre Walter França, que foi também chefe do baque centenário do Maracatu Estrela Brilhante do Recife, um dos maiores do estado. Completam o circuito as sedes do Boi Malabá e do Boi Mimoso.

Três das cinco agremiações vão receber intervenções artísticas dos grafiteiros Emerson oṣù, Márcio Fellipe e da artista Maria Magdala. 

Segundo a idealizadora, a região foi escolhida por ter uma rica diversidade de manifestações culturais, onde se encontram mais de 60 grupos de caboclinhos, afoxés, maracatus, sambas, ursos, bois, troças e frevo. 

“Desde junho deste ano, a equipe do Museu vêm dialogando com moradores e moradoras, lideranças e grupos culturais da região para ouvir, estudar a memória, estimular a troca de saberes entre gerações e vivenciar um processo criativo colaborativo entre artistas, agitadores locais e população”, explica Karinne Costa.

Qualquer pessoa pode se voluntariar para participar das atividades. As inscrições podem ser feitas pelo formulário disponibilizado pelo projeto. Durante a ação, serão realizados registros que vão compor o museu virtual. 

A programação também conta com uma projeção virtual com a história de cada uma das agremiações participantes do circuito, reunindo registros afetivos, documentos históricos e material audiovisual com as memórias presentes, que serão acessadas através de um QR Code.

“O projeto será uma ponte para fortalecer o sentimento de pertencimento entre os moradores do território e fomentar a documentação e preservação da memória da Bomba do Hemetério, região que é berço e pulsa muitas das tradições culturais do Recife e de Pernambuco”, destacou a idealizadora.

A entrega do Museu dos Sonhos Vivos será no dia 27 de agosto, no largo do Córrego do Bombeirense, e contará com um evento de encerramento.

A celebração vai contar com apresentações artísticas das agremiações participantes, além de apresentar o resultado final do museu virtual e um balanço do que foi feito na comunidade nos meses de produção. 

Para conhecer mais sobre o projeto, basta acessar a página do Instagram @sonhosvivosmuseu. A  iniciativa conta com o fomento do Instituto Elos e foi um dos oito projetos selecionados pelo programa Jovens Ideias.

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