Ary Toledo tinha coleção de mais de 65 mil piadas: relembre algumas das mais marcantes
Popular no rádio e na TV, artista morreu no sábado (12), em São Paulo, em decorrência de uma pneumonia
Conhecido por seu humor escrachado, e uma das maiores referências na comédia brasileira, Ary Toledo, que morreu no sábado (12), aos 87 anos, em São Paulo, em decorrência de uma pneumonia, se popularizou pela contação de piadas.
O humorista era dono de uma impressionante coleção, com mais de 65 mil anedotas catalogadas, de cunho político, social e sexual, que costumava contar em shows, programas de TV e no próprio site. Muitas delas foram reunidas em livros, como "Os textículos de Ary Toledo" (2011). Relembre algumas das mais marcantes:
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- O jovem vai pedir a mão da filha de um milionário. — Então, você quer se casar com minha filha? Pois bem: a minha resposta depende da sua situação econômica. E o jovem: — Ihhh... Agora atrapalhou tudo, porque a minha situação econômica depende da sua resposta!
- “‘Doutor, estou com uma dor cavalar no peito, uma tosse de cachorro e a minha barriga dói para burro!’; ‘Neste caso, vou encaminhá-lo para um veterinário…'”
- “A Avenida Paulista é igual casamento. Começa no Paraíso e termina na Consolação.”
- “Existem dois tipos de casamento: o que a gente acaba e o que acaba com a gente.”
Em seu perfil oficial no Instagram, o humorista e sua equipe também publicavam com frequência suas piadas, colecionadas desde a infância. Veja algumas delas:
Quem era Ary Toledo?
Conhecido por sua irreverência, Ary Toledo nasceu em Martinópolis, no interior de São Paulo, em 22 de agosto de 1937, e fez carreira na televisão e no rádio contando piadas que abordavam temas sociais, políticos e besteirol, além de causos engraçados.
Ary, que cresceu em Ourinho e chegou à capital aos 22 anos, também foi cantor, letrista e ator, e começou sua carreira artística no Teatro de Arena. Cinco anos depois, passou a se dedicar como humorista, se apresentando em shows que mesclavam música e humor.
Ao longo da carreira, trabalhou em emissoras de televisão como TV Tupi, Record e SBT, e acumulou um acervo de cerca de 65 mil anedotas, muitas publicadas em livros, além de ter gravado diversos discos.
No cinema, fez trabalhos como Esse Mundo é Seu (1964) e A Compadecida (1969). O comediante também participou de vários programas de TV, como O Vigilante Rodoviário (1962), Ceará Contra 007 (1965) e A Praça É Nossa (1987). Mas foi no Show de Calouros, do Programa Silvio Santos, no SBT, que alcançou enorme popularidade junto ao público.
Como cantor e compositor, lançou seu primeiro trabalho musical em 1965, um álbum chamado "Ary Toledo no fino da bossa", impulsionado pelo sucesso da música "Tiradentes". Também se destacou com a canção "Pau de Arara", de Vinicius de Moraes e Carlos Lyra, mas foi incentivado pelo próprio Vinicius a se dedicar ao humor.
Ary Toledo foi casado por mais de 40 anos com a diretora teatral Marly Marley, que faleceu em 2014 , aos 75 anos, devido a complicações de um câncer no pâncreas, mas não tiveram filhos.
Em entrevista ao Extra, o artista confessou que perder a mulher foi a grande tristeza de sua vida. Conhecida como “única vedete de São Paulo” (o teatro de revista dos anos 50 e 60 era dominado pelas cariocas), Marly Marley nasceu em 1938, no Mato Grosso do Sul, mas logo se mudou para Lins, interior de São Paulo. Formou-se professora, mas nunca exerceu a profissão. Preferiu se dedicar ao balé, ao acordeon, ao piano e ao habilidades estudadas desde criança. Aos 17 anos já atuava no teatro paulistano.