Atores se revoltam com assassinato de cinegrafista após Fla x Flu: "Doce e querido por todos"
Nomes como Lúcio Mauro Filho, Bruno Mazzeo, Sérgio Guizé e José de Abreu se comovem com morte de profissional que esteve por trás de produções da Globo e do Globoplay
Artistas usam as redes sociais, desde o último domingo (2), para mostrar revolta e indignação com a morte do cinegrafista Thiago Leonel Fernandes da Motta, assassinado com nove tiros pelo inspetor de Polícia Penal Marcelo de Lima, na noite do último sábado (1º), num bar na Zona Norte do Rio de Janeiro, após uma partida de futebol entre os times cariocas Flamengo e Fluminense.
Thiago era cinegrafista, fotógrafo e diretor de fotografia. Ele participou da equipe de produções da TV Globo e do Globoplay, como os seriados humorísticos "A grande família" e "Sob nova direção". O profissional frequentava rodas de samba e foi um dos fundadores do Samba Pra Roda. O grupo cancelou a apresentação programada para o último domingo (2).
Leia também
• Homem morre durante tiroteio em Camaragibe; mais três adultos e uma criança ficam feridos
• Compositor japonês Ryuichi Sakamoto morre aos 71 anos
"Meu coração amanheceu nublado com a triste notícia da partida precoce e violenta do meu querido Thiago Motta", escreveu o ator Lúcio Mauro Filho, por meio do Instagram. "Meu amigo Thiago era um profissional exemplar. Um fera das lentes, que operou a câmera de trabalhos fundamentais na minha carreira, como 'A grande família'. Um colega doce, querido por todos. Amante do Samba, da boemia, do bom papo, sempre posicionado. Estou estraçalhado", acrescentou.
Nomes como Sérgio Guizé, Bruno Mazzeo e José de Abreu mostraram comoção nas redes sociais. "Um policial, covarde e de folga foi armado a uma comemoração e matou o nosso amigo… Que ele pague!!! Descanse em paz irmão, você é luz , grato por tanto , câmera dos sonhos", escreveu Guizé.
"Inacreditável. O ódio que tomou conta do país não para. Thiago era muito gente fina, profissional de primeira", lamentou Bruno Mazzeo.
Investigações em andamento
A Polícia Civil do Rio está investigando o que motivou a briga que provocou a morte do cinegrafista Thiago Motta, de 40 anos, após o jogo entre Fluminense e Flamengo, no Maracanã, Zona Norte do Rio. Até o momento, nenhuma possibilidade foi descartada.
Testemunhas apontam que a discussão teria começado por uma pizza. O torcedor estava com o amigo Bruno Tonini, de 38 anos, quando foram confraternizar num bar nas imediações do estádio, e acabaram atingidos pelo policial penal Marcelo de Lima, que disparou pelo menos cinco tiros.
A polícia investiga se o início da briga teria sido motivado pela ordem dos pedidos ou pelo esgotamento do produto. No sábado, por volta das 16h, Thiago passou na casa de um amigo, na Barra da Tijuca, num carro de aplicativo, para assistirem ao jogo no Maracanã. Os dois foram à pizzaria “Os Renato's”, na rua Izidro de Figueiredo, e, segundo o depoimento desse amigo aos investigadores, eles beberam cervejas. Os dois foram para o estádio, onde se juntaram a Bruno.
O amigo das vítimas narrou ainda que tudo transcorreu normalmente até o término da partida. Em seguida, os três foram ao “Os Renato's” para comer pizza, como faziam sempre após os jogos. A confusão, segundo esse amigo, ocorreu às 22h52, quando ele estava no banheiro da pizzaria, que fica no interior do estabelecimento. Ele contou que ouviu muitos tiros, torcedores entrando na parte coberta do bar, além de outras pessoas se abrigando por trás do balcão.
Ao perceber que a situação havia se acalmado, o amigo de Thiago saiu do interior do bar e viu Thiago no chão. Já Bruno estava do outro lado da calçada sendo atendido por um médico, que tinha uma amizade com a vítima, e que o acompanhou até o Hospital Badim, localizado na Tijuca.