Música

Ave Sangria se torna Patrimônio Cultural Imaterial do Recife após aprovação na Câmara Municipal

De autoria da vereadora Cida Pedrosa (PCdoB), projeto foi aprovado pelo Plenário da Casa de José Mariano

A banda Ave Sangria, destaque do rock psicodélico pernambucano nos anos de 1970, se tornou Patrimônio Imaterial do RecifeA banda Ave Sangria, destaque do rock psicodélico pernambucano nos anos de 1970, se tornou Patrimônio Imaterial do Recife - Foto: Reprodução / Facebook

A Câmara Municipal do Recife aprovou, em primeira votação, nesta segunda-feira (18), o projeto que torna a banda Ave Sangria Patrimônio Cultural Imaterial do Recife. De autoria da vereadora Cida Pedrosa (PCdoB), o projeto voltará a ser votado, na sessão desta terça-feira (19), mas já está aprovado pelo Plenário da Casa de José Mariano.

"Aprovamos hoje na Câmara do Recife um projeto de lei que torna a banda Ave Sangria Patrimônio Cultural Imaterial do Recife.A Ave Sangria é considerada uma das melhores bandas de rock psicodélico do Brasil e tem uma contribuição cultural única para a nossa cidade. Merece todas as nossas homenagens. Viva a Ave e todos os seus músicos!", postou a vereadora em suas redes sociais.
 

Sobre a banda Ave Sangria
O grupo brasileiro de rock psicodélico, um dos principais expoentes da cena musical psicodélica pernambucana dos anos 1970, surgiu em 1968, quando Almir conheceu o cantor Marco Polo, que dividiu com Almir a função de compor as músicas da banda. O baixista tocava covers em conjuntos de bailes, mas ele queria mesmo era trabalhar de forma autoral, o mesmo que Marco, e houve uma identificação rápida entre a dupla.

A banda Ave Sangria é contemporânea de Alceu Valença, Flaviola e O Bando do Sol, Lula Côrtes, Marconi Notaro e Lailson. A maior parte dos seus músicos nasceu e viveu a vida toda na Vila dos Comerciários, região pobre de Recife. O embrião da banda foi o grupo inicialmente chamado de Tamarineira Village (em referência ao Greenwich Village de Nova York e ao bairro da Zona Norte do Recife). Durante 1973, o grupo chegou a se apresentar com esse nome em Salvador, Natal e João Pessoa.

O conjunto mudou de nome por sugestão de uma cigana que os integrantes conheceram no interior da Paraíba. Era formado por Marco Polo (vocais), Ivson Wanderley (guitarra solo e violão), Paulo Raphael (guitarra base, sintetizador, violão, vocal), Almir de Oliveira (baixo), Israel Semente (bateria) e Agrício Noya (percussão). Dessa primeira formação surgiu o álbum Ave Sangria, gravado no Rio de Janeiro em maio e lançado em junho de 1974.

O álbum ficou apenas um mês e meio nas lojas – em agosto ele foi proibido pela Ditadura. O grupo foi alvo da censura do governo militar, com questionamentos morais à canção "Seu Waldir". A ilustração da capa do primeiro disco da banda sofreu modificações, sendo definida pelos integrantes como um "papagaio drag queen".

Retorno 40 anos depois
Em 2014, a banda se reuniu para realizar shows comemorativos aos 40 anos do seu álbum. O primeiro deles aconteceu em 2 de setembro, no Teatro de Santa Isabel. A apresentação acabou rendendo shows Brasil afora, incluindo o festival Psicodália, em 2015, em Santa Catarina. Também nesta época, o álbum é relançado em CD e vinil, além do áudio do show Perfumes y baratchos, famoso por ser a última performance da banda. 

Em 26 de abril de 2019, 45 anos após o lançamento do primeiro álbum, voltaram ao mercado fonográfico com Vendavais, disco que contou com 3 integrantes da formação original: Almir, Marco Pólo e Paulo Rafael (morto em 2021). O disco apresentou 11 músicas inéditas, compostas entre 1972 e 1974, mas até então inéditas em disco. O disco foi eleito um dos 25 melhores álbuns brasileiros do primeiro semestre de 2019 pela Associação Paulista de Críticos de Arte.

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