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LGBTQIA+

"Baby" tem pré-estreia nesta sexta (3), no Cinema da Fundação Derby

A estreia nacional do filme do mineiro Marcelo Caetano acontece no próximo dia 9 de janeiro

"Baby", do diretor mineiro Maracelo Caetano"Baby", do diretor mineiro Maracelo Caetano - Foto: Divulgação

Após circular por grandes festivais ao longo de 2024, “Baby” finalmente chega às salas de cinema - ao menos como pré-estreia, hoje (3), às 20h, no Cinema da Fundação Derby, o mais recente longa-metragem do diretor mineiro Marcelo Caetano, que trabalhou como produtor e assistente de direção em algumas obras do cinema pernambucano, como “Tatuagem” (2013), “Aquarius” (2016) e “Boi Neon” (2015). 

Com uma cinematografia voltada às temáticas LGBTQIA+, o cineasta direciona o seu olhar, desta vez, para a vida desta comunidade no Centro de São Paulo.

O fio condutor é o relacionamento entre um homem jovem e outro mais maduro, marcado por cumplicidade, ciúmes, exploração e paixão. A estreia nacional acontece no próximo dia 9 de janeiro. 

Centro vivo

“Há uma tentativa muito grande de estigmatizar espaços que foram centrais para o capitalismo e que, de repente, foram abandonados por uma classe média, passando a ser considerados marginais. Essa inversão sempre me incomodou. Tenho feito um trabalho, já há 15 anos, com imagens de um Centro vivo, habitado por pessoas com histórias extremamente interessantes e que fazem pulsar a cidade de São Paulo”, comenta Marcelo, em entrevista à Folha de Pernambuco.

A trama acompanha o Wellington (João Pedro Mariano), mais conhecido como Baby. Rejeitado pela família, ele se vê perdido após atingir a maioridade e sair da instituição onde cumpria medida socioeducativa.

Em um cinema pornô, o rapaz acaba conhecendo Ronaldo (Ricardo Teodoro), um garoto de programa que o protege e ensina a sobreviver nas ruas.

Sem rótulos
Segundo Marcelo, o maior desafio na escrita do roteiro foi construir esses personagens sem rotulá-los.

“Eles não se definem por aquilo que a sociedade quer colar na testa deles. Acho que eles são atravessados por diferentes identidades e funções sociais. O filme tenta jogar um pouco com isso. Inclusive, são personagens que estão o tempo todo em movimento, justamente para não enquadrá-los em um lugar cristalizado”, explica.

“Baby” vem acumulando conquistas. Estreou na Semana da Crítica de Cannes, com o prêmio de Melhor Ator Revelação para Ricardo Teodoro, premiado também no Festival de Cinema Ibero-Americano de Huelva e no Festival de Lima, no Peru.

João Pedro Mariano, por sua vez, abocanhou reconhecimentos no Festival do Rio, no Mix Brasil e no Fest Aruanda.

“É muito gratificante poder, logo no meu primeiro trabalho no cinema, ter essa projeção e reconhecimento. Ainda mais com uma história como essa, podendo dar vida a um personagem tão potente e com tantas camadas. É um presente que todo ator espera”, celebra João Pedro.

O longa-metragem aborda os afetos, evidenciando famílias não-tradicionais em que o cuidado mútuo fala mais alto do que laços sanguíneos.

Ao mesmo tempo, o diretor não poupa nas cenas de sexo e diz não temer reações hostis de espectadores mais conservadores ao filme.

“Na verdade, essas pessoas não veem o cinema que eu faço. Infelizmente, o conservadorismo delas talvez venha, justamente, dessa falta de contato com obras mais ousadas e com a cultura brasileira dentro da sua diversidade. O meu interlocutor é quem está pensando o País dentro de suas complexidades, com muito carinho pela nossa cultura e pela história do nosso cinema”, defende o diretor.

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