Cinema

 "Back to Black", cinebiografia de Amy Winehouse, estreia nos cinemas nesta quinta-feira (16)

Filme é um tributo que não faz jus ao nome da artista

A cinebiografia "Back to Black", dirigirida por Sam Taylor-Johnson e pelo roteirista Matt Greenhalgh, que estreia nesta quinta-feira (16), nos cinemas brasileirosA cinebiografia "Back to Black", dirigirida por Sam Taylor-Johnson e pelo roteirista Matt Greenhalgh, que estreia nesta quinta-feira (16), nos cinemas brasileiros - Foto: Divulgação


Conhecida pelo seu vocal imponente, a cantora britânica Amy Winehouse teve uma carreira curta devido ao seu trágico falecimento aos 27 anos, em 2011, por conta de uma intoxicação alcoólica depois de um período de sobriedade. 

A cinebiografia "Back to Black", dirigirida por Sam Taylor-Johnson e pelo roteirista Matt Greenhalgh, que estreia nesta quinta-feira (16), nos cinemas brasileiros, busca retratar a ascensão da artista nascida em Londres e como o seu vício em drogas levou a artista para outro rumo. O filme biográfico ganha o nome do segundo disco de Amy, um sucesso mundial que foi capaz de projetar de forma meteórica a cantora para além do Reino Unido. 
 

Não comove
O longa-metragem põe em foco o desejo de Winehouse ser adorada e lembrada por ser simplesmente ela e reforça que a fama nunca foi o seu objetivo. No entanto, a diretora Sam Taylor-Johnson e o roteirista Matt Greenhalgh cometem mais erros do que acertos. Quando se trata de uma cinebiografia póstuma, a obra pode perder a curva dramática da sua conclusão, por já ser um final anunciado.

Nesse cenário, seria carga máxima de criatividade na construção da narrativa para restabelecer um vínculo com o público e sensibilidade para honrar o legado da artista.

Sem novidade
O filme falha nas duas frentes. A história contada neste filme reforça toda a imagem que a mídia vendeu para os tabloides e recai sobre o sucesso de Amy nos recordes e prêmios vencidos pela artista, como se isso fosse nos dizer algo que já não sabemos. 

Para piorar, nas duas horas de filme, "Back to Black", insiste em procurar um culpado para o vício de Amy e, consequentemente, o trágico falecimento da cantora. Em alguns momentos, a insistência beira o apelativo, distanciando cada vez mais o público da artista. 

As composições de Amy Winehouse servem apenas para os momentos de transição de cenas e suas vivências.
A sensação é que a diretora não conseguiu encontrar a humanidade de Amy Winehouse, não pela falta dela, mas por ter abraçado a narrativa midiática de mais um gênio que teria sucumbido ao mundo das drogas. Amy faz parte do famoso 'Clube dos 27', que se refere a artistas que morreram de maneira precoce nesta mesma idade, como Jim Morrisson e Janis Joplin.

A cinebiografia mostra que Amy reconhece o seu estado de dependência e aceita ser internada numa clínica de reabilitação, ideia que antes ela havia recusado. Esse período acontece num piscar de olhos, pois como a diretora quis reunir diversos fragmentos da vida da cantora, o filme no seu clímax perde o fôlego. 

O destaque de "Back to Black" é mesmo a atuação da protagonista Marisa Abela que, no seu primeiro papel de protagonismo, conseguiu interpretar com vigor a figura de Amy Winehouse e sua transformação ao longo da carreira. Os figurinos e maquiagem ajudam na construção da personagem, que só perde o público quando canta por cima da voz original da cantora, mas não se pode culpar a atriz por isso.

O tributo não faz jus ao seu nome, a construção do seu álbum de maior sucesso é resumido à gravação da música que leva o seu título. Não vemos a cantora vivenciar esse luto que está estampado no álbum e no título do filme. Se não perdesse seus minutos com o enredo voltado para Blake (Jake O'Connell), o polêmico namorado da cantora, a diretora poderia ter explorado a personalidade da artista. 

Pondo em foco os bastidores da gravação do álbum ou o período de reabilitação, Sam poderia ter revelado uma Amy Winehouse que ninguém conhecia. Pena este não ter sido o caso. Longe dos palcos, dos holofotes, dos flashes, havia uma Amy que não deixava de compor e se recusava a silenciar sua voz.

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