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Garanhuns

BaianaSystem foi a grande atração do FIG nesta sexta (28)

Além do grupo soteropolitano, subiram ao Palco Mestre Dominguinhos Amor Eterno, Barbarize, Gabriel O Pensador e Uana

Russo Passapusso é o frontman do BaianaSystemRusso Passapusso é o frontman do BaianaSystem - Foto: Felipe Souto Maior - SecultPE/Fundarpe

O Festival de Inverno de Garanhuns entrou na sua reta final neste fim de semana e ontem (28) trouxe ao seu palco principal, o Mestre Dominguinhos, uma das “atrações surpresa” anunciadas na grade do evento: BaianaSystem já era o nome comentado e esperado antes mesmo de figurar na programação oficial. O grupo se apresentou pela terceira vez no FIG, exaltando sua relação com o público pernambucano e bradando, por algumas vezes ao longo do show, o nome de Gonzaga de Garanhuns, mestre de reisado e um dos homenageados da 31ª edição do evento.

Antes de Baiana, que encerrou a programação desta noite - já madrugada de hoje (29) - subiram ao palco Amor Eterno, Barbarize, Gabriel O Pensador e Uana.

Segunda atração da noite, Barbarize não tem esse nome à toa. Diretamente da comunidade do Bode, no Pina, para o Palco Dominguinhos, o grupo liderado pelo casal Bárbara Vitória Espíndola Bezerra (Babi) e Yuri Domingos da Silva (Yuri Lumin) impactou pela performance potente, de perder fôlego, que reúne linguagens da música, dança e teatro. Afrotrap, bregafunk, street dance e um discurso que traz à tona questões caras à juventude preta e periférica estão representadas.

Barbarize no FIG 2023Barbarize impressionou com um show potente. Foto: Felipe Souto Maior - SecultPE/Fundarpe

“A revolução já está nas ruas há muito tempo, só falta intensidade e organização”, assim dizia Chico Science, cuja voz sampleada abriu o show do grupo. “Vindo de onde a gente veio e estar aqui hoje, em Garanhuns, nesse palco, é uma revolução”, disse Yuri. O show teve a participação da artista trans Amun Há, conhecida como “a não binária do bregafunk”. Entre canções que seu público cativo já conhece, eles aproveitaram para tocar, pela primeira vez, “Sirene”, que acabou de entrar nas plataformas de streaming.

Logo após Barbarize, o carioca Gabriel O Pensador apresentou um show cheio de sucessos, entre eles , “2345meia78”, “Cachimbo da paz” e “Astronauta”. A pernambucana Uana veio em seguida. Da mesma cena de Barbarize e Amun Há, ela tem apresentado seu “pop pernambucano”, com pegada de bregafunk, brega romântico, e tem construído nome em parcerias com artistas como o mineiro FBC. O show teve participação da garanhuense Bella Kahun

Uana no FIG 2023Uana é uam das estrelas doa atual cena do "pop pernambucano". Foto: Felipe Souto Maior - SecultPE/Fundarpe

A mais aguardada
Era exatamente 1h20 de hoje (29) - a hora marcada na programação - quando BaianaSystem subiu ao Palco Dominguinhos. Essa foi a terceira vez do Baiana no FIG. A última havia sido em 2017. Este ano, eles trouxeram o show Sambaqui, que trouxe como convidada a cantora e compositora chilena Claudia Manzo. “Felicidade total, sabe? Reafirmação, cultura... A gente veio pra receber esse banho de cultura, e também fazer uma troca com o público. Pra gente é a maior animação possível. Divertir, pensar, levar as ideias e plantar cultura. Terra de Dominguinhos, gente!”, disse Russo Passapusso em entrevista coletiva antes do show.

Usando um sobretudo com vários elementos pendurados - que lembrava o lendário Arthur Bispo do Rosário - e algumas mensagens como “Demarcação Já”, “Decolonize your Mind” e “Não ao Marco Temporal”, Russo Passapusso comandou, com a energia que lhe é peculiar, uma plateia que pulava, dançava e fazia rodas em vários momentos do show. 

BaianaSystem no FIG 2023BaianaSytstem subiu ao palco exatamente na hora marcada na programação: 1h20 deste sábado. Foto: Felipe Souto Maior - SecultPE/Fundarpe

Os baianos abriram o show com “Reza forte” e, daí pra frente, não pouparam a plateia para um segundo sequer de descanso. BaianaSystem sempre chama a atenção pela potência do seu som, pela energia das canções e qualidade das projeções que se sucedem ao longo das músicas, apesar de a performance de Russo parecer sempre a mesma, o que não lhe tira a inegável capacidade (ou dom) de instigar uma plateia.

Na sucessão de músicas do show, praticamente todas colocaram o público para pular: “Cabeça de papel”, “Capim Guiné”, Colar de miçanga”, “Dia da caça”. Ou dança, com a pegada mais latina que a cantora chilena Claudia Manzo agregou ao grupo baiano. Coube, também, referências musicais a dois pernambucanos, “ao modo BaianaSystem”, claro: “Pagode russo” (lembrando Luiz Gonzaga) e “A praieira”, de Chico Science.

Às quase 3h da manhã - o que parece ser o horário limite para os shows em Garanhuns - , BaianaSystem encerrou o show com duas canções que não poderiam faltar: “Saci” e “Playsom”. 
 

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