"Beau Tem Medo" é um ataque de pânico de três horas; confira detalhes
Novo filme da A24 tem estreia nesta quinta-feira (20) nos cinemas do mundo inteiro
Mesma mente por trás da tragédia de uma família amaldiçoada, “Hereditário” (2018), e dos desastres de um culto Suéco, “Midsommar” (2019), Ari Aster traz mais um filme de horror surreal. “Beau Tem Medo” conta com comédia na mistura para criar um filme ousado e cheio de metáforas, com estreia marcada nesta quinta-feira (20).
Beau (Joaquin Phoenix) é um homem extremamente ansioso e com uma fobia social aguda. Filho de uma famosa mulher de negócios (Patti LuPone), ele mantém um relacionamento tanto quanto complicado com a mãe. Quando ela morre, ele faz uma viagem às pressas para sua antiga casa, no intuito de conseguir participar do velório. A jornada vai se tornando, aos poucos, um verdadeiro pesadelo sem sentido e cheio de elementos sobrenaturais, que fazem o espectador experienciar todos os medos junto com o protagonista.
A atuação de Phoenix é exatamente o que se espera de um dos melhores atores de sua geração: precisa e cheia de nuances. Beau foi um dos maiores desafios da sua carreira e ele conseguiu entregar uma performance coesa em um filme que, quando você acha que não pode ficar mais estranho, ele se supera. Ele traduz nas suas expressões a sensação de viver dentro da mente distópica do personagem.
Leia também
• O último capítulo de John Wick estreia nesta quinta-feira (23); confira detalhes
• Drama psicológico "A Baleia" conta com atuação marcante de Brendan Fraser, indicado ao Oscar
• The Last of Us, um dos maiores clássicos dos videogames, vira série
Beau tem confusão até demais
O longa é aquele tipo de obra que deixa você sair do cinema sem entender nada, até você tentar procurar algum sentido na internet e perceber que, na verdade, ninguém compreendeu coisa nenhuma. A película é um verdadeiro quebra cabeça, mas não do tipo que no final você monta uma imagem, e sim daqueles que você escolhe o que ele vai ser, como se fosse um teste de Rorschach.
Caótico até demais, ele exagera e faz tudo parecer uma metáfora, até ficar saturado de alegorias e deixar o espectador frustrado. Aster chegou a contar em entrevistas que esse foi um roteiro desenvolvido antes dos seus dois grandes sucessos, e realmente parece o trabalho de um cineasta jovem que tenta dizer demais em uma única história, com medo de não ter outra chance.