Belo paga dívida de R$ 7 milhões a Denilson e encerra briga de mais de 20 anos
Assessoria do cantor disse que impasse foi 'resolvido'; ex-jogador entrou na Justiça em 2000 alegando quebra de contrato depois que o cantor deixou grupo Soweto para seguir carreira solo
Depois de 22 anos, Belo quitou a sua dívida milionária com Denilson. O valor do débito já superava os R$ 7 milhões, numa novela que se arrastou na Justiça e que ganhou novos capítulos quando o ex-jogador pediu o bloqueio da premiação do cantor na "Dança dos Famosos", da TV Globo, para garantir o pagamento.
De acordo com o jornalista Leo Dias, a Justiça acolheu o pedido, penhorou a premiação e determinou outros bloqueios que complementaram o valor total. O cantor, então, teria surpreendido ao quitar o que devia. A assessoria de Belo confirmou que o impasse foi "resolvido".
A disputa começou quando Denilson entrou na Justiça alegando que Belo havia quebrado um contrato ao deixar o grupo Soweto, do qual era vocalista, para seguir carreira solo — isso depois de o ex-jogador ter adquirido os direitos da banda.
Na semana passada, o portal Uol revelou que o cantor Belo cobrava de maneira antecipada, pelos shows nos quais se apresenta, o valor que tinha a receber para evitar que o dinheiro fosse penhorado para o pagamento da dívida. As informações foram dadas pela Ticket360, empresa que gerencia venda de ingresso para eventos e que havia sido intimada a depositar em juízo valores de uma apresentação do artista.
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Em 2021, a Justiça decidiu que as empresas que realizassem a venda de ingressos para shows de Belo deveriam depositar em juízo o valor arrecadado. A Ticket 360 disse ter arrecadado R$ 279.337,80 com a venda de 1832 ingressos para evento em São Paulo, no dia 31 de julho de 2021, mas não transferiu o dinheiro para Denilson justificando já ter pagado, de maneira antecipada (no dia 28 de junho), o valor do cachê.
A Ticket 360 justificou, então, que não conseguiu transferir os valores por não ter um contrato com o cantor.
"Infelizmente, ao que tudo indica, o executado (Belo), ciente de que sofre a presente execução (processo movido por Denilson), não admite receber após a realização do show e exige o pagamento de forma antecipada, de forma a burlar qualquer tipo de penhora!", disse a empresa, segundo o Uol.
Entenda o caso
Denílson comprou o grupo Soweto em 1999 e, pouco tempo depois, em 2000, processou o cantor por quebra de contrato, quando ele saiu da banda e optou por carreira solo.
Em 2004, Belo foi condenado a pagar R$ 388 mil ao ex-jogador. Contudo, o valor não havia sido quitado até este mês, acrescido de correção monetária. O cantor justificou o não pagamento alegando que não reconhecia Denílson como detentor dos direitos da banda e afirmando que nunca recebeu aporte financeiro do ex-jogador entre 1999 e 2000.
Até o início deste mês, a defesa do músico calculava que cerca de R$ 1,7 milhão em direitos autorais das músicas de Belo já haviam sido penhorados, recebidos por Denílson com o bloqueio nas contas do cantor nos repasses feitos pela Abramus.