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Bianca Andrade diz que BBB a ajudou a ser mais real na web

Blogueira conta um pouco de como está sendo a vida após o reality show

Bianca AndradeBianca Andrade - Foto: Reprodução/TV Globo

Perto de completar dez anos de carreira, Bianca Andrade, 26, é um dos nomes mais conhecidos na popular e almejada profissão de influenciadora digital. Ela, que começou com dicas de maquiagem em um blog, ainda na adolescência, hoje tem sua própria marca e um programa, e fala até em levá-lo para a TV.

"É um sonho", afirma Bianca, que revelou ao F5 ter recebido duas propostas para transmitir na televisão o Boca a Boca, hoje veiculado em seu canal no YouTube. Os detalhes das negociações, ela mantém em segredo. "Tenho muito carinho por esse projeto. Levar ele para a televisão seria um sonho mesmo", diz.

Enquanto a mudança de plataforma não acontece, Boca a Boca estreia sua terceira temporada nesta segunda-feira (30), no YouTube. Segundo Bianca, conhecida como Boca Rosa devido ao batom que usava na época de blogueira, terá os melhores quadros das primeiras temporadas, mas também novidades.

A cor agora será o vermelha, após o rosa e azul da primeira temporada e o roxo da segunda, e o tema será o Natal. "O cenário está incrível, meus looks estão incríveis. Eu vou ficar de Mamãe Noel e vai ter uma árvore de Natal incrível", afirma Bianca, que completará dez anos de carreira no próximo ano.
A principal novidade, porém, é a saída do programa da casa da influenciadora. Ela e seu time –como ela mesma chama sua equipe– dão adeus às atrações ao vivo feitas na casa de Bianca na capital paulista e dão lugar a episódios gravados em estúdio, o que permitirá um cenário maior e mais jogos de câmera.
"Agora sim nasce uma apresentadora", brinca Bianca, que continua: "Eu até já me considerava apresentadora, mas como era dentro da minha casa tinha muito essa sensação de que era mais fácil, estava em casa mesmo. Mas agora não... Estou fora, tenho camarim, o preparo dentro do estúdio é bem diferente."

Quanto ao programa ser agora gravado, Bianca diz que não se sente aliviada e pode até sentir falta da correria e dos improvisos do ao vivo. "Eu realmente nasci pro ao vivo, por mais que seja difícil eu gosto dessa coisa quente, viva. Mas como pretendemos ir para a TV, achamos melhor mudar para ir testando", diz ela.

Empolgada ao revelar cada detalhe da nova temporada, Bianca não esconde a emoção em ter a mexicana Danna Paola, 25, da série "Elite" (Netflix), como um dos convidados. "Eu nem acreditei, estou muito feliz. Foi muito engraçada a entrevista, ela falava três línguas ao mesmo tempo, mas deu certo."
Os demais convidados ainda são segredo. A médica Marcela McGowan, 32, que participou do Big Brother Brasil 20 (Globo) com Bianca, será uma delas, com o retorno do quadro Tabuleiro. A mãe, o irmão e a equipe da influenciadora deverão aparecer em uma atração nova, uma espécie de "amigo oculto", típico do Natal.

CHOREI MUITO
Apesar da empolgação de Bianca ao falar do projeto, seu nascimento não aconteceu em um momento muito fácil e tranquilo. Na verdade, ela afirma que a ideia veio após um período de muito choro e reflexão depois de sua saída do BBB e que coincidiu com o início da pandemia do novo coronavírus.
"Eu saí de uma quarentena e entrei em outra, estava tentando entender tudo na minha cabeça. Eu tinha muitos projetos aqui fora [do confinamento do BBB] com a minha marca, eu tinha cinco lançamentos em cinco meses, e a gente teve que parar tudo. Nessa época eu fiquei muito perdida, muito confusa."

Ela se descreve como agoniada, péssima, desanimada na ocasião. "Estava todo mundo na mesma, estava tudo parado. Chorei, chorei, chorei. Aí então eu sequei minhas lágrimas e no dia seguinte falei 'preciso fazer alguma coisa', aí comecei a inventar."

Bianca conta que a partir desse momento fez live, produziu conteúdo, reuniu amigos. Mas nada a agradava. Foi aí que veio a ideia do programa. "Tinha acabado de sair do BBB, que é uma vitrine gigantesca, as pessoas queriam conteúdo, aí pensei 'eu vou pro YouTube'".

Segundo ela, foi muito difícil produzir seguindo os protocolo de segurança da pandemia, com todo mundo trabalhando à distância, com máscara, sem contato físico. "Mas hoje fico muito feliz por não ter parado, por ter tido esse privilégio de conseguir fazer algo legal e levar entretenimento para a galera."

NÃO SOU PERFEITA

Além da pandemia, o desânimo citado por Bianca também veio das críticas que enfrentou após sua participação no BBB. Entre discussões acaloradas e um triângulo amoroso, foi sua visão de feminismo que a fez ser julgada pelo público. Mas ela garante que não se arrepende de ter entrado no reality.

"Eu não me permito olhar nenhuma experiência se não for com carinho, então tenho muito carinho pelo Big Brother. Eu estava falando com a Marcela [McGowan]... Nós fomos muito cobradas, mas conseguimos superar de maneira transparente e aberta. A gente não correu, não disfarçou. A gente parou e olhou o que a gente fez."

"No meu caso, que não entendia sobre feminismo... Eu achava que entendia, mas muitos cenários de machismo eu não identificava", continua ela. "Quando eu saí, precisava muito aprender sobre feminismo, e eu queria muito, estava agoniada por passar por aquela situação e não entender o que estava acontecendo."

Apesar de ser veterana nas redes sociais, com mais de 13 milhões de seguidores no Instagram, Bianca mudou a partir daí sua forma de lidar com a exposição. Segundo ela, admitir suas fraquezas e desconhecimentos fez com que as pessoas a vissem de forma diferente e diminuíssem a pressão e cobrança em cima dela.

"Quando começamos [nesse ramo], queremos mostrar nosso melhor, coisas legais, tudo de bom. Mas aí a gente se vê num lugar fake, que não existe, fantasioso, mas não é por maldade, a gente só quer mostrar coisa boa. Quanto mais você se desconstrói, as pessoas te cobram menos, porque elas se veem em você, se identificam. Foi isso que eu percebi após o BBB e não sabia como ia me ajudar."

"Depois que eu assumi minhas vulnerabilidades as pessoas me recebem de forma diferente", continua ela. "Não sou perfeita, não faço questão de ser, não tenho esse ego. E eu quero aprender, pelo amor de Deus, alguém me explica. Isso acabou unindo as pessoas. Elas me cobram menos porque eu exponho menos perfeição."

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