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Literatura

Bioética e arte Renascentista ambientam o romance policial 'Corpos Hackeados'

Livro da escritora Andrea Nunes, editado pela Cepe, levanta reflexões de um mundo no pós-pandemia

Autora do livro "Corpos Hackeados", Andrea Nunes Autora do livro "Corpos Hackeados", Andrea Nunes  - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

O que é o corpo na contemporaneidade? É para essa reflexão que o livro “Corpos Hackeados”, da autora Andrea Nunes e publicado pela Cepe Editora, conduz o leitor atento. De maneira instigante, o romance policial se desdobra para questões como a finitude, através de um assassinato, a sobrevida, possível pela implantação de órgãos em laboratório, e o corpo humano representada pela arte.
 



A dinâmica da autora

Temas aparentemente distintos, mas devidamente complementares, que ganharam espaço para debate, na última quarta-feira (17), no lançamento presencial realizado na Livraria Jaqueira, no Bairro do Recife. “Costumo escrever por camadas, com vários níveis de compreensão e gosto. Assim, ao mesmo tempo em que faço uma história palatável, que atiça a curiosidade do leitor para ele chegar ao final e descobrir o enigma, diluo algo sofisticado, como o questionamento filosófico do que venha a ser bioética, o conceito de corpo e, ao mesmo tempo, a saúde como nova moeda de poder, a exemplo do que se vê no panorama mundial”, explica a escritora.

No pós-pandemia

Não à toa, a história se passa no contexto do pós-pandemia, mais precisamente numa cidade - não revelada - da região Nordeste, no ano de 2023. É essa experiência de vivenciar o mundo depois de uma grande crise sanitária, que o livro toca nas questões de avanços da medicina, ética e tecnologias modernas.

“Observe que essas grandes pandemias foram cenários de grande florescimento cultural. Veja a questão da grande Peste, na Idade Média, que dizimou boa parte da humanidade. Depois desse período, tivemos o Renascimento, que foi uma expressão muito importante, envolvendo o corpo”, completa Andrea. Para ela, as pandemias exigem uma necessidade de o homem compreender angústias que só a arte pode responder. Razão para que intelectuais e artistas tenham uma grande responsabilidade neste período.

Para o jornalista e crítico literário Ney Anderson, eis um título que “não apenas se lê, mas também se assiste, ao retratar uma guerra de poder de forma bastante imagética”. Dessa forma, a escritora, que também é Promotora de Justiça, reforma a importância de lidar com a ficção como um veículo poderoso para despertar reflexões. “Nada melhor do que contar uma história que atinge vários públicos. Um público indeterminado”, destaca.

SERVIÇO
"Corpos Hackeados"
Páginas: 260
Preço: R$ 40 (impresso) e R$ 16 (e-book)
Onde comprar: Lojas física e virtual aqui 

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