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'Boca a Boca', da Netflix, estreia nesta sexta com história de um vírus transmitido pelo beijo

Além da diferente forma de propagação, a doença atinge Progresso, uma pequena e fictícia cidade do interior do país

SérieSérie - Foto: Divulgação

Antes mesmo de a pandemia do novo coronavírus assolar o mundo, o diretor Esmir Filho já havia escrito, produzido e gravado "Boca a Boca". A série, que estreia nesta sexta-feira (17) na Netflix, apresenta um surto epidêmico causado por uma infecção contagiosa transmitida pelo beijo.

Além da diferente forma de propagação, a doença atinge Progresso, uma pequena e fictícia cidade do interior do país. Em seis episódios de 45 minutos, a série pretende explorar os desejos libertários de uma juventude conectada, mas presa em uma comunidade ainda muito conservadora.

"É uma sincronicidade louca fazer uma série que fala de uma epidemia antes de tudo o que aconteceu. É muito interessante essa sincronia da vida com a arte. O melhor da série é ver como as pessoas agem em uma situação limite. Ela vai mostrando como caem os preconceitos e as 'verdades'", diz Denise Fraga, que interpreta Guiomar na obra, em entrevista à reportagem.

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Conhecido por "Alguma Coisa Assim" e "Os Famosos e os Duendes da Morte", a ideia do cineasta surgiu há dois anos e durou em torno de 15 meses para ser produzida - entre salas de roteiro, produção, filmagem e edição. Apesar da infecção ser importante par a trama, ela é apenas um início para a história.

"A ideia era justamente que a epidemia fosse um ponto de partida para que a gente lançasse uma luz sobre os relacionamentos e mostrar o que está doente na sociedade. A epidemia mostra como as relações ficam mais intensas nessa cidade. Eu já tinha terminado a série [quando o coronavírus chegou], mas o que posso dizer é que ela vem em boa hora porque a mensagem que passa é de afeto, acolhimento e compreensão", destaca Esmir.

A HISTÓRIA
Tudo começa quando, após uma festa de adolescentes, uma pessoa é infectada pela misteriosa doença. Além dos efeitos no corpo e do rápido contágio, a epidemia escancara as relações humanas e faz os protagonistas olharem para o preconceito e a intolerância com outros olhos.

A obra é conduzida pelo trio (Caio Horowicz) - filho de Nero (Bruno Garcia), o fazendeiro e coronel da cidade, e que vive em conflito com a família -, Fran (Iza Moreira), que mora na colônia de empregados da fazenda com a mãe Dalva (Grace Passô), e Chico (Michel Joelsas), novo aluno que chega à cidade.

"A Fran se envolve no momento de conflito da série. As dores, os problemas relacionados ao vírus com os amigos, mas ela vai ser a grande companheira de todos, sempre com a mãe ao lado. Fran é uma pessoal muito questionadora socialmente", comenta Iza, que, aos 19 anos, faz o seu primeiro trabalho como atriz.

Os três estudam na escola Modelo, que conta com a diretora Guiomar (Denise Fraga). "É uma personagem um pouco vilão, tem muitas camadas que vão sendo descobertas. Mas não é completamente vilã porque é humanizada, você vê todas as crises internas. Acho que nunca tinha feito algo assim na minha carreira", comenta a atriz.

A relação da comunidade com a questão do agronegócio também é muito latente. Nesse ponto entra Maurílio, o vaqueiro que comanda a fazendo de Nero. Thomas Aquino, que interpreta Murilo, celebra ter participado da série.

"É um trabalho que tem uma temática político-social muito forte e eu gosto de quando o artista está com essa voz e faz as pessoas pensarem e refletirem sobre. O mais interessante dessa série é que ela pode se destrinchar em vários caminhos de preconceitos sociais que vivemos na atualidade", ressalta o ator pernambucano, que ficou marcado por atuar em "Bacurau".

Denise Fraga vive uma grande ansiedade pela estreia. "Eu já ficava empolgada na leitura do roteiro, imagina agora (risos). Além de tudo, é uma série de suspense ótima".

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