Bolsonarista, Otávio Mesquita comemora com Covas e diz que vai se candidatar em Guarulhos em 2024
Apresentador de TV diz que deseja ter o que chama de comportamento ético do presidente como base
A presença de uma pessoa em particular no evento de celebração da vitória de Bruno Covas (PSDB) neste domingo (29) chamou a atenção.
Entre jornalistas, assessores, prefeitos, vereadores, deputados e um governador apinhados na sala em que acontecia a entrevista coletiva do prefeito, Otávio Mesquita tirava selfies, gravava vídeos e interagia com o próprio vencedor da noite.
Conhecido apoiador de Jair Bolsonaro (sem partido), o apresentador de TV de 61 anos diz que conhece Covas desde a adolescência do tucano e por isso quis prestigiar o evento. Na entrevista coletiva, perguntou ao prefeito o que ele aprendeu com João Doria (PSDB), que foi seu colega de metiê e hoje é governador de São Paulo.
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À reportagem Mesquista diz que sua visita ao bunker tucano não tem relação com qualquer decepção em relação ao presidente e que então revelará uma "notícia porrada": será candidato a prefeito de Guarulhos em 2024.
"Conheci o Bruno quando ele tinha 10, 12 anos, na época do avô dele. Eu era muito ligado ao Mário Covas, sempre foi uma pessoa muito carinhosa comigo. Minha amizade com a família é muito boa. Nunca me envolvi politicamente, só amizade e carinho. Tanto que não me expus na campanha dele. Porque eu sabia que ele ia ganhar. Falamos diversas vezes por telefone, me coloquei à disposição, mas não fiz nada. Simplesmente sou fiel a meus amigos", afirma Mesquita.
O dono do bordão "okay, pessoal" não se mostra bélico, ainda que bolsonarista, e diz que encontrou o presidente Lula no aeroporto e, enquanto seus amigos se afastaram, ele foi ao encontro do petista. Ele argumenta que é necessário enxergar o ser humano.
"Ele e a Gleisi Hoffmann. 'Ô, Mesquita, você é Bolsonaro' [imitando Lula]. Ah, Lula, fui PT durante dois governos, você sabe disso. Apoiei você em dois governos. Aí quase apoiei a Dilma [Rousseff (PT)], mas fiz a cagada de apoiar o Aécio Neves (PSDB-MG). Merda, né?", completa.
Ele se define como amigo de Bolsonaro, que, diz, "pode falar algumas coisas erradas", mas ele prefere assim do que alguém que se coloca de maneira "extremamente educada, bonitinha, legal, e rouba".
"Apoiei e fui a favor de todos os presidentes e políticos que estavam lá e me decepcionei com todos. Então, na verdade, de todos os políticos que entraram nessa área o que mais me deixou tranquilo foi o Bolsonaro. Porque os pequenos e minierros dele são expressões pessoais. Ele nunca se sente um presidente. Ele é uma pessoa como todo mundo", acredita Mesquita.
"Eu gostaria de ter como base um comportamento ético, correto, como tem o Bolsonaro. É uma pessoa simples, um cara normal, mas tem que ser político. Ele é o elo de ligação entre o passado e o presente. Um dia falei para ele: 'o senhor não pode dar uma machadada nos erros, tem que fazer uma composição para poder mudar o nosso país'. E é isso que ele está fazendo", acredita Mesquita.
O apresentador quer começar sua carreira política em Guarulhos por ter nascido e estudado lá. Diz que em 2024 terá o apoio de Guti (PSD), prefeito que foi reeleito neste domingo. "Sempre gostei de política. Meu maior prestígio é ser público, conhecido, e nunca errar", avalia.
"Quer roubar? Mando prender", completa. Ele diz que é cedo ainda para definir qual será seu partido. "Quero um partido que naquele momento seja honesto, sério, ilibado. Não vou destruir meu nome em partidos que se vendem".
"A maior malandragem é a honestidade. Cada vez mais no Brasil a política está sendo derrubada na área de roubos, na área ilícita. A imprensa está em cima. Eu quero um dia morrer com 95 anos sendo o melhor político do mundo", diz Mesquita.