LITERATURA

Brasiliense Tatiana Nascimento vence primeira edição do Prêmio Pallas de Literatura

Romance 'Água de maré' narra as trajetórias de suas irmãs tão diferentes quando os orixás Exu e Odoyá

Tatiana Nascimento venceu o troféu que celebra os 50 anos da editoraTatiana Nascimento venceu o troféu que celebra os 50 anos da editora - Foto: Divulgação/Itaú Cultural

A escritora brasiliense Tatiana Nascimento é a vencedora da primeira edição do Prêmio Pallas de Literatura, promovido pela editora que se notabilizou por publicar títulos sobre a cultura negra e autores afro-brasileiros, como Conceição Evaristo, Luana Génot e Eliana Alves Cruz.

Nascimento é autora do romance ''Água de maré'', que, a partir das epistemologias iorubás, narra a trajetória de duas irmãs da periferia de Salvador que divergem em tudo, como os orixás Exu e Odoyá.

Nascimento também é cantora, compositora e tradutora, passou uma década trabalhando no livro e havia três anos estava à procura de uma editora. “Água de maré” flerta com a poesia e o teatro e não usa letras maiúsculas.

— Diz muito que seja um prêmio nascido em uma atmosfera dissidente, e numa editora que nutre, faz tempo, o compromisso de publicar autorias negras. Também me parece muito significativo um prêmio sudestino, logo em sua primeira edição, selecionar uma autora centro-oestina (re)contando histórias de paixões lésbicas vividas numa cidade nordestina imaginária, que mora apenas na minha lembrança e na memória dessas páginas — diz a escritora, que nasceu em 1981, vive em São Paulo e é uma pessoa não binária.

Autora de “Mata doce” (Alfaguara) e jurada do prêmio, Luciany Aparecida descreve “Água de maré” como “um romance notável, que se destaca pela inventividade da linguagem e composição complexa dos personagens”. Bruno Ribeiro, autor de “Era apenas um presente para o meu irmão” (Todavia) e também jurado, afirma que Nascimento desafiou o júri “com um texto visceral, denunciativo e que faz pouquíssimas concessões”.

Já o escritor Henrique Rodrigues, curador do troféu literário, diz que Nascimento “já é uma grande artista da palavra na poesia e na música, e a estreia com ‘Água de maré’ vai ampliar a sua voz literária em formas expressivas que só o romance permite”.

Anunciado em maio deste ano, o Prêmio Pallas de Literatura foi lançado para marcar os 50 anos da editora, que serão comemorados em 2025. Eram elegíveis ao prêmio autores autodeclarados negros que não tivessem nenhum romance publicado. Segundo a editora, 87 pessoas se inscreveram. Além da publicação de seu romance, a autora premiada ganhará uma mentoria do curador.

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