Bruna tem crise alérgica com camarão: por que tanta gente tem alergia ao fruto do mar?
Pessoas podem apresentar alergia a uma espécie apenas ou a várias ao mesmo tempo; saiba quais são elas
Bruna Griphao, participante do BBB 23, teve uma reação alérgica ao comer camarão no almoço do anjo, que aconteceu neste domingo (2). A sister ficou com o rosto inchado e teve que ser medicada, mas passa bem. Bruna não é a única alérgica no país, pelo contrário: a alergia a esses alimentos é uma das mais comuns no Brasil. Por isso o episódio levanta questões: afinal, por que tantas pessoas manifestam reações alérgicas aos frutos do mar?
Os frutos do mar se dividem em dois grupos, os crustáceos (camarões, caranguejos, lagostas e outros animais de corpo segmentado) e os moluscos (lulas, polvos e ostras, por exemplo). Cada grupo apresenta substâncias alergênicas, diferentes entre si, embora a mais frequente seja comum a ambos: a tropomiosina, uma proteína estável e resistente à temperatura (portanto, não desaparece no cozimento) e à digestão em meio ácido, presente nos músculos dessas criatura, que pode causar reações alérgicas graves.
O mais interessante é que essa proteína pode, inclusive, ser liberada no ambiente através do vapor, o que pode representar um risco aos alérgicos apenas ao entrar na cozinha. Outra curiosidade é que a tropomiosina também se apresenta como alérgeno em ácaros e baratas. Por isso, pessoas com rinite e asma podem ser mais propensos a manifestar alergias alimentares.
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Outras substâncias alergênicas são a quinase, a arginina, a miosina, entre outras. Se a reação alérgica for somente a uma desses elementos, é possível que a alergia seja restrita a um único fruto do mar, e não a todo o grupo. Nesses casos, é importante consultar um alergologista para saber quais os crustáceos e os moluscos seguros para consumo e quais não.
Mesmo com alguns já mapeados, ainda não é possível saber quais são as substâncias alergênicas em cada crustáceo e molusco. A reação à ingestão de camarão, por exemplo, pode ser causada devido ao metabissulfito de sódio. Embora não esteja presente diretamente no animal, o composto químico é utilizado muitas vezes como um esterilizante e antioxidante (substância que aumenta o tempo de prateleira de industrializados) — inclusive para conservar o crustáceo.
Veja como ficou o rosto de Bruna Griphao:
Sintomas e tratamento
A alergia alimentar pode vir acompanhada de diversos sintomas, geralmente depois da ingestão do alimento: vermelhidão, coceira e inchaço na pele, dor abdominal, vômito e diarréia, palidez, tontura, desmaio e lábios arroxeados, além de tosse, espirro, broncoespasmos, chiado e falta de ar. Em casos mais graves, a pressão arterial pode cair e levar à uma parada cardíaca, provocando choque anafilático.
Caso haja contato acidental de alérgicos com esses alimentos, o ideal é contornar a situação com medicamentos, como anti-histamínicos e corticoides. Porém, o mais eficiente pode ser também o mais difícil: excluí-los de sua alimentação.