Bruno de Luca não será indiciado por omissão de socorro em acidente de Kayky Brito
Apresentador estava no quiosque de onde ator saiu momentos antes de ser atropelado na Barra da Tijuca
O delegado Ângelo Lages, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca) afirmou que não indiciará o apresentador Bruno De Luca por omissão de socorro no acidente do ator Kayky Brito, ocorrido na madrugada 2 de setembro. Bruno acompanhava o amigo num quiosque na orla Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A questão foi levantada a partir da divulgação de imagens de câmeras de segurança do estabelecimento e do depoimento do apresentador, que alegou não saber que o amigo havia sido atropelado.
"Bruno esteve aqui, prestou as declarações dele. O dever legal era do motorista, de pedir socorro. Uma vez que o socorro é pedido por uma pessoa, as pessoas presentes na cena ficam isentas de responsabilidades" disse Lages.
Bruno de Luca disse à polícia que não se recorda como voltou para casa após o atropelamento de Kayky na Avenida Lúcio Costa. O apresentador contou ainda que entrou em desespero por ter pavor de acidentes e que só soube que a vítima era seu amigo no dia seguinte, quando estava em São Paulo para o festival The Town.
Bruno afirmou que tentou falar com o amigo. Foi quando soube que ele estava internado em estado grave e voltou ao Rio. Um vídeo registrado por câmeras de segurança mostra o momento em que o apresentador bota as mãos na cabeça, assustado, depois de ver o atropelamento.
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Antes de irem para o quiosque, Kayky e Bruno estavam na casa do apresentador falando sobre uma peça que gostariam de fazer juntos. Segundo Bruno, ele e o amigo não ingeriram bebida alcoólica na residência. Mais tarde, por volta das 22h, eles resolveram sair e beber no estabelecimento.
Sendo assim, Bruno pegou o próprio carro e dirigiu até o local. O veículo ficou estacionado em frente ao quiosque, do outro lado das pistas da Avenida Lúcio Costa. Ainda de acordo com o apresentador, ele e Kayky voltariam de carro de aplicativo porque beberiam.
Bruno conta que Kayky, antes da meia-noite, se despediu e virou as costas, indo até o carro que estava estacionado. No entanto, o ator não sabe dizer o que o amigo foi fazer no veículo, uma vez que a chave estava no bolso dele.
No momento do acidente, Bruno relata ter visto uma pessoa sendo arremessada para alto e que entrou em desespero por ter “pavor de acidentes". O apresentador alega que Kayky não aparentava estar bêbado.
Depois do atropelamento, Bruno foi para casa e deixou o seu carro no local, mas não sabe como chegou ao apartamento. No dia seguinte, ele chegou a enviar uma mensagem para o próprio Kayky para comentar sobre o acidente, porque achou que ele também tinha visto.
"Muita coisa se falou a respeito do depoimento do Bruno De Luca, mas o dever legal é do motorista. Um motorista que se envolve em um acidente tem o dever de pedir socorro. Quando ele sai de cena, ele responde por omissão" disse o delegado.
Inquérito concluído
A Polícia Civil do Rio concluiu o inquérito sobre o atropelamento. De acordo com as investigações, o motorista de aplicativo que atropelou Kayky dirigia abaixo da velocidade permitida no trecho do Posto 6, no momento do acidente. Kayky sofreu politrauma corporal, traumatismo craniano e se encontra internado há 25 dias no Hospital Barra D'Or. No último dia 22 ele teve alta da UTI.
O inquérito policial aponta que Diones Coelho da Silva trafegava a uma média de 48 km/h no momento da colisão. A velocidade máxima permitida na via é de 70 Km/h. De acordo com o delegado Ângelo Lages, titular da 16ª DP, foi pedido o arquivamento do caso.
Segundo o relatório do inquérito, não pode ser imputado com qualquer fato criminoso ao motorista, "uma vez que dirigia em velocidade abaixo do limite da via, sem apresentar alteração na capacidade psicomotora pelo consumo de álcool (embriaguez) ou qualquer substância de efeito análogo e com a atenção devida na direção de veículo automotor, uma vez que ainda realizou ações para evitar a colisão, apesar da escassez temporal para reação e frenagem".