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Bruno Gagliasso faz desabafo nas redes sociais e diz que 'racismo reverso não existe'

Ator falou sobre a crítica a uma rede de lojas por fazer um processo de trainee apenas para negros

Bruno Gagliasso fez apelo nas redes sociaisBruno Gagliasso fez apelo nas redes sociais - Foto: Reprodução/Instagram

O ator Bruno Gagliasso, 38, fez um desabafo, neste sábado (19), em suas redes sociais, falando sobre racismo, após internautas criticarem uma rede de lojas por fazer um processo de trainee apenas para negros. Nele, o artista afirma que racismo reverso é lenda urbana, mas racismo estrutura é real.

No post, Gagliasso inicia a conversa chamando seus "irmãos brancos" e afirma que o racismo estrutural é "um monstro que a sociedade inventou lá atrás e até hoje deixa correr solto por aí". "É triste, mas nossa sociedade é feita todinha em cima disso (...) Nós, os brancos de hoje, ainda nos beneficiamos desse método".

"Até o início do século passado, essas pessoas eram proibidas de ter educação, possuir coisas, ter suas culturas respeitadas... E a gente aqui em 2020 precisa olhar pra isso com autocrítica e, principalmente, ação (...) Eu sei que todo mundo passa por dificuldades, mas, muitas vezes, essa dificuldade é maior por conta da cor de pele."

O desabado do ator acontece após o anúncio da rede de lojas Magazine Luiza de que aceitará apenas candidatos negros e seu programa de trainee 2021. Apesar de ela afirma que "o objetivo é trazer mais diversidade racial para os cargos de liderança da companhia", muitos internautas criticaram.

Gagliasso foi elogiado por seu posicionamento no Instagram: "Que bom ler algo em que eu realmente acredito de alguém como você", afirmou um seguidor. "Que bom seria se todos fôssemos assim. Não teria isso de racismo", comentou mais um. "Pessoas brancas não entendem seu privilégio", disse outro.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Preciso bater um papo com você, meu irmão branco. Um papo reto aqui entre nós que não somos o topo da pirâmide, mas estamos bem distantes da base. A gente precisa conversar sobre um monstro horroroso que a humanidade inventou lá atrás e até hoje deixa correr solto por aí: o racismo estrutural. É triste, mas nossa sociedade é feita todinha em cima disso. Nossos antepassados, ávidos por dinheiro, poder e terra, dizimaram povos, escravizaram pessoas e criaram um sistema de enriquecimento baseado na exploração de vidas humanas. E por mais longínquo que pareça, nós, os brancos de hoje, ainda nos beneficiamos desse método, porque nenhuma reparação foi dada aos descendentes dos povos escravizadoa. Pelo contrário. Até o início do século passado, essas pessoas eram proibidas de ter educação, possuir coisas, ter suas culturas respeitadas... E a gente aqui em 2020 precisa olhar pra isso com autocrítica e, principalmente, ação. Essa semana uma rede de lojas anunciou que contratará apenas pessoas pretas em UM de seus próximos processos seletivos para treiné. Vejo muitos irmãos brancos revoltados com a notícia. Acusam a marca de praticar um “racismo reverso” e não percebem que essa coisinha se contorcendo por se sentir excluído de algo é apenas a grande ficha caindo: nós temos todas as oportunidades e nunca fizemos nadica de nada para quem não tem as bochechas rosadinhas como nós. Eu sei que todo mundo passa por dificuldades mas, muitas vezes, essa dificuldade é ainda maior por conta da cor da pele. Acesso à educação e ao primeiro emprego para pessoas pretas não é “racismo reverso”. Até porque isso sequer existe. É a compreensão de que algo precisa ser feito para a base da pirâmide avançar e assim possamos, efetivamente juntos, construir uma sociedade mais justa e solidária. Lembre-se sempre, meu irmão branco, o “racismo reverso” é uma lenda urbana. Mas o racismo estrutural é real e muitas vezes tiramos proveito disso sem nem perceber. E é nosso dever acabar com esse ciclo. Não podemos mais adiar!

Uma publicação compartilhada por Bruno Gagliasso (@brunogagliasso) em 19 de Set, 2020 às 11:24 PDT

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