Bruno Mars abre hoje série de 14 shows com impacto econômico e mobiliza legião de fãs
Artista fica no país até novembro; primeira apresentação aconteceu na terça (1º) e foi pocket show com renda revertida para vítimas das enchentes no RS
Foram apenas 13 meses que separaram as duas mais recentes visitas do cantor havaiano Bruno Mars ao Brasil. Antes disso a última passada tinha ocorrido só em 2017. A urgência para o retorno não diz respeito à necessidade de mostrar algum novo álbum de trabalho ou turnê, trata-se da boa e velha demanda para ver o artista ao vivo e em cores — portanto, há poucos ingressos remanescentes para as apresentações.
São, ao todo, 14 shows de arena iniciados nesta sexta-feira (4) com uma apresentação no Estádio do Morumbis, que terá ainda cinco outras datas no mesmíssimo show. De lá, “Bruninho”, como ele mesmo se batizou na última passagem pelo Brasil, parte para o Rio de Janeiro, para três apresentações no Nilton Santos. E segue para: Curitiba, Belo Horizonte e Brasília, encerrando a jornada.
Antes de cantar nas grandes arenas, Bruno Mars fez um “pit stop” na Tokio Marine Hall, também em São Paulo, para uma apresentação beneficente com renda revertida para o Rio Grande do Sul.
"Compartilhamos a ideia com o Bruno Mars e ele topou realizar o pocket show", detalha Mariana Santos, diretora de marketing da marca, que contabilizou R$ 1 milhão doados para os afetados pelas enchentes.
Na apresentação, Bruno ficou pouco mais de uma hora no palco (a duração média de uma apresentação de festival). No tempo, fez um giro entre suas músicas mais conhecidas, desde o começo da carreira, em 2010, até a recentíssima “Die With a Smile”, lançada em parceria com Lady Gaga. A apresentação, enxergam os envolvidos com o evento, deixa um legado positivo para a casa.
"Em 30 anos, julgamos que o artista de maior peso que passou por aqui, não comparando a qualidade musical com outros grandes artistas como B.B. King e João Gilberto que também recebemos, mas por ser um headliner de show de estádio. O Bruno junto à Taylor Swift são os maiores artistas do mundo no momento. Isso atrai outros artistas de renome", comemora Christian Tedesco, vice-presidente do Grupo Tom Brasil.
"A vinda do Bruno, inclusive, foi reflexo do show do The Killers que aconteceu aqui há um ano. Isso nos incentiva a fazer uma ótima grade de shows."
A 9 quilômetros dali, Bruno repetirá uma marca histórica: fará seis apresentações no estádio do Morumbis, assim como fez o Coldplay, em março do ano passado. Ambos figuram como os artistas que acumularam o maior volume de apresentações na arena de uma vez só. O estádio, que já recebeu shows de Madonna e Michael Jackson nos anos 90, fechou neste ano um acordo com a Live Nation para receber apresentações internacionais nos próximos cinco anos. Shakira, por exemplo, aparecerá por lá com sua turnê “Las mujeres ya no lloran” em fevereiro de 2025.
"Do ponto de vista financeiro traz uma receita adicional importante para o estádio e para o clube. Além do valor da locação, de acordo com a Live Nation, recebemos um valor de merchandising, entre outros. Em segundo lugar, é uma internacionalização do estádio. O anúncio desse show é global e de grande magnitude", afirma Eduardo De Toni, gerente de marketing do São Paulo Futebol Clube.
"Depois do Coldplay no ano passado, muitos artistas quiseram se apresentar no Morumbis, porque antes do show não conheciam a magnitude do estádio. Abre-se a oportunidade de novos negócios."
Na toada de shows, outros tipos de negócio também foram movimentados. A marca de camisetas Bepop, focada em artistas pop, encontrou na visita de “Bruninho” a oportunidade para criar uma linha de 17 produtos próprios. A exemplo de camisetas, canecas, bottons e bonés. As vendas ultrapassaram as expectativas de venda em 120%.
"Foi uma demanda assustadora, a gente não estava preparado. Essa coleção do Bruno fez a gente duplicar a nossa linha de produção. A gente se viu, literalmente, dobrando a parte de confecção, justamente para suprir essa demanda", diz Caio Faria, um dos responsáveis pela marca, que impressiona-se com o fanatismo ao redor do cantor.
"A gente brinca que o Bruno Mars é uma diva pop."
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Fãs de Bruno Mars em fila para ingressos no Engenhão
Por falar em fanatismo, há quem esteja de malas prontas para estar perto do cantor o máximo possível, em todas as cinco cidades em que o artista passará. Julia Silva, de 27 anos, moradora de Sorocaba, no interior paulista, assistirá a 13 shows da passagem brasileira do cantor. O amor pelo artista é tamanho que fez uma homenagem a ele: tatuou desenho de seu nariz no braço. A moça pode mostrar a "tattoo" ao artista em um rápido encontro no pocket show de terça-feira. Ela diz que a homenagem foi aprovada.
"Não contei na ponta do lápis tudo que gastei, não quero nem ver", brinca.
"Estou assistindo a esse mesmo show desde 2017, ele está há muito tempo com essa turnê. Quando eu vou explicar às pessoas porque estou cometendo essa loucura eu digo: sou fã desde meus 12 anos e sei que ele não vai fazer isso novamente. Penso que talvez, quando ele decidir voltar, daqui uns cinco anos, minha vida seja outra e eu não possa ir."
Quem contabilizou todo o investimento para estar lado a lado de seu ídolo em todas as apresentações brasileiras foi o cover de Bruno, Johnny Matos, maranhense de 40 anos. A semelhança entre ambos, inclusive, impressiona. O investimento para estar ao lado de Bruno também. Ficou na monta dos R$ 35 mil. Considerando ingressos e transporte aéreo a todas as cidades.
"Em 2017, fui num show dele e foi o melhor show da minha vida. Saí impressionado. Hoje, para mim, fazer todo esse investimento me deixa felicíssimo, mesmo restando só R$ 50 na conta. Ele é meu herói. Me deu a oportunidade de fazer algo que amo", declara-se.