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Halloween

Bruxas no cinema: confira 5 filmes de bruxaria para assistir neste Halloween

A figura das bruxas não é nova no universo cinematográfico, e já foi vista de diversas formas nas telinhas

Cena do filme Abracadabra (1993)Cena do filme Abracadabra (1993) - Foto: Divulgação/Disney

“O que é uma bruxa?” Ao fazer essa pergunta, diversas respostas surgirão em seguida. O conceito das bruxas está inserido dentro do imaginário cultural e cinematográfico há anos, mas suas interpretações se modificaram diante de diferentes cenários políticos e sociais.

Saiba mais sobre a origem histórica dessas misteriosas personagens e confira, no final da matéria, uma seleção com cinco filmes que trazem bruxas em papeis de destaque.

Origem 
Na idade média, aquelas mulheres sábias e mais velhas eram consideradas bruxas. Tinham conexões com a natureza, dominando o preparo de chás, substâncias medicinais e alguns procedimentos como o parto. 

Respeitadas, eram parte essencial dessa sociedade.  A presença mais equilibrada dos diferentes tipos de religiões, pagãs e cristãs, era um fator importante nessa interpretação do papel da bruxa.

Porém, o Cristianismo instalou um ambiente de intolerância e extremo conservadorismo em relação às crenças. Estas mulheres, agora, eram hereges e erráticas, e eram alvo principal de uma parte histérica da história: a caça às bruxas. 

Essa mudança de visão não se limitou ao continente europeu. Salem é bastante conhecida, de um ponto de vista histórico e cultural. Entre os anos de 1692 e 1693, mais 200 acusações de bruxaria foram realizadas na cidade de Massachusetts. Entre as 30 condenações e 19 execuções, boa parte das vítimas eram mulheres, pretas ou pobres. 

Bruxas no cinema
Nos filmes, representações como as de “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937) traduzem essa identidade advinda dessa época. Mulheres más, esteticamente envelhecidas e repletas de verrugas. O medo da figura da bruxa também é originado daí, visto em diversas obras do gênero de terror.

Rainha Má da animação "A Branca de Neve" (1937). Foto: Divulgação

Mas a mídia trabalhou fortemente com a imagem das bruxas. No início do século 19, as feiticeiras começaram a ser retratadas como mulheres bonitas, mais confiantes e até mesmo sensuais. 

Hollywood, principalmente, se utiliza de recursos como o poder do feminino e liberdade maior nos papéis em que as mulheres atuavam. Perdendo o medo resquicial da caça às bruxas, se instalava uma nova identidade para as mágicas. 

Entre diversos filmes, aqui vão 5 que traduzem essas diferentes identidade das bruxas:

1.Suspiria (1977)

Jessica Harper como Suzy, em Suspiria (1977). Foto: Divulgação

Dirigido por Dario Argento, Suspiria explora o feminino dentro deste contexto da bruxaria. A bailarina Suzy Bannion (Jessica Harper), protagonista do longa, ingressa numa renomada academia de ballet alemã. Porém, logo percebe que ali se encontram segredos e misteriosos assassinatos entre as alunas: estava em meio a um Coven de bruxas.

Com uma imersão de cores e trilha, Suspiria é um dos destaques do diretor. Disponível no Prime Vídeo, o longa apresenta figuras mais velhas associadas às bruxas, que possuem alto poder social e controlam todos os detalhes presentes na academia. Ainda explora o misterioso, a histeria, o “mal” invisível. Muitas vezes, as representações da magia vem de interpretações mais subjetivas.

2. A Bruxa (2016)

Anya Taylor-Joy como Thomasi, em "A Bruxa" (1917). Foto:A24/Divulgação

Longa produzido pela A24, A Bruxa explora a perseguição da figura feminina durante a Europa do século 17. Dirigido por Robert Eggers, o longa acompanha uma família excomungada de sua comunidade religiosa, que passa a viver nos limites de uma floresta, conhecida por ser o lar de bruxas.

Estranhos acontecimentos passam a atormentar os moradores da casa, e a culpa é atribuída à filha mais velha, Thomasin (Anya Taylor-Joy), acusada de também ser uma bruxa.

Resgatando a histeria presente na caça às bruxas, “A Bruxa” explora a demonização do feminino. Seja o corpo, a personalidade, a identidade: Thomasin é vista como inconveniente e errática a partir do momento que nega as acusações, que exibe um poder de confronto. Disponível para aluguel e compra no Prime Video, ainda utiliza elementos associados ao ocultismo, compondo a atmosfera tensa e misteriosa do filme.

3. O Serviço de Entregas da Kiki (1989)

Kiki e Jiji, em "O Serviço de Entregas da Kiki" (1989). Foto: Studio Ghibli/Divulgação

Nem todos os filmes que falam sobre bruxas, necessariamente estão dentro do gênero do terror. O Serviço de Entregas da Kiki, dirigido pelo renomado Hayao Miyazaki, é um dos vários exemplos, e está disponível na Netflix.

Kiki é uma jovem bruxa, e deve sair em seu ano obrigatório de vida independente, uma tradição para as feiticeiras. Logo, encontra uma comunidade litorânea e tenta se adaptar à nova vida, ao lado de seu gato preto Jiji.

A animação abraça o telespectador com as aventuras de Kiki, enquanto se observa seu amadurecimento. As bruxas neste universo do Studio Ghibli tem a missão de auxiliar a comunidade em sua volta, um senso de união. A protagonista, ao promover seus serviços de entrega para a vila onde mora, adentra uma jornada de autodescobrimento. Ainda se observa vários elementos associados à bruxa, como a vassoura e o gato preto.

4. Eu Não Sou Uma Bruxa (2017)

Maggie Mulubwa como Shula, em "Eu Não Sou Uma Bruxa" (2017). Foto: Divulgação

Vencedor de um BAFTA na categoria de “Outstanding Debut”, “I’m Not a Witch” traz a história de Shula (Maggie Mulubwa). Acusada de bruxaria aos 8 anos, ela é enviada a uma acampamento do governo, onde mulheres consideradas bruxas são mantidas amarradas por fitas em uma árvore, ameaçadas de se transformarem em cabras caso cortem a ligação.

Com aspecto documental, o filme permeia uma realidade mais próxima do que se imagina. Para escrever o projeto,  a diretora Rungano Nyoni passou um mês em um acampamento real de bruxas, no Ghana. O filme pode ser assistido no MUBI.

Mulheres ainda são acusadas de bruxaria, ainda são exiladas e submetidas a um sistema que as oprime. Neste longa, as bruxas são meninas, idosas, mulheres que não foram bem vistas diante de um governo intolerante. Com uma fotografia sensível, Rungano consegue traduzir na tela os impactos do colonialismo e o papel da mulher dentro da sociedade.

5. A Bruxa do Amor (2016)

Elaine (Samantha Robinson), em "A Bruxa do Amor" (2016). Foto: Dvulgação

Dirigido e escrito por Anna Biller, “The Love Witch” parece ter saído direto de uma máquina do tempo. Com suas cores vivas, o filme surpreende ao se descobrir que foi lançado em 2016.

A protagonista Elaine (Samantha Robinson), uma jovem bruxa, mistura poções e lança feitiços com intuito de seduzir homens. Mas sua mágica funciona bem, até demais, trazendo consequências para a feiticeira. Infelizmente, o longa não está disponível nos streamings brasileiros.

Colocando a bruxa como uma figura sensual, atraente, “A Bruxa do Amor” estabelece uma ambientação gótica e explora as relações entre a mulher e o homem, por meio da “Female Gaze” (olhar feminino), além de também adentrar nas emoções complexas de sua personagem principal.

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