Caetano, Daniela Mercury e Wagner Moura falam em audiência sobre ataque à liberdade artística
Autoritarismo crescente e violação da liberdade de expressão artística serão os temas da única audiência brasileira na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão independente da OEA
RIO - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão independente da OEA (Organização dos Estados Americanos) vai ouvir e debater, nesta terça-feira, as denúncias de censura no Brasil. O pedido feito pelo Mobile (Movimento Brasileiro Integrado pela Liberdade de Expressão Artística) vai contar com a presença dos artistas Caetano Veloso, Daniela Mercury e Wagner Moura, que compartilharão experiências e reflexões sobre as violações de liberdade de expressão artística no país. A audiência está marcada às 18h e será transmitida ao vivo pelo YouTube.
Segundo o Mobile, que é formado pelas organizações Artigo 19, 342 Artes, LAUT, Rede Liberdade, Mídia Ninja, Movimento Artigo Quinto e Samambaia Filantropias, a audiência na CIDH servirá também para o desmonte institucional do setor cultural e perseguição de artistas.
Com o número crescente de censura e autoritarismo contra o setor cultural brasileiro, o Mobile, desenvolveu uma plataforma para mapear e acolher denúncias de artistas e profissionais que tiveram seus trabalhos censurados e casos de desmonte da política de cultura no avanço do autoritarismo no país. Atualmente, há mais de 170 casos registrados desde 2019.
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Entre os casos registrados, cerca de 30% está vinculado a expressões de gênero e/ou raça e/ou orientação sexual ou possuem motivações religiosas e/ou morais. Além disso, cerca de 67% das ocorrências têm origem em medidas do governo federal.
Nesta terça-feira, o secretário nacional de Incentivo e Fomento à Cultura, André Porciuncula, postou em suas redes sociais que também será ouvido pela CIDH: " Hoje, 18h, serei ouvido na Corte Interamericana de Direitos Humanos, referente a ridícula acusação de violação. É uma ofensa as vítimas reais dos regimes totalitários Caetano e Wagner Moura usarem a Corte como palanque para suas lamentações, por não monopolizarem dinheiro público", criticou.