"Caju", álbum de Liniker, tem participações de Priscila Senna, Amaro Freitas e Henrique Albino
Novo álbum da cantora paulista tem importantes participações de artistas pernambucanos
Mais recente fenômeno fonográfico brasileiro, o álbum “Caju”, da cantora Liniker, vem causando frisson desde que foi lançado, no último 19 de agosto. Em menos de 24 horas após o lançamento, o disco teve seis milhões de plays no Spotify Brasil e quatro faixas no Top 200 da plataforma.
Com produção Liniker, Gustavo Ruiz e Fejuca - mesma trinca responsável pelo disco de estreia da cantora - “Caju” tem 14 faixas e é um disco longo para os padrões do mercado - três faixas com mais de 7 minutos - e diverso, em sonoridade e feats, com participações de nomes como Lulu Santos, Gaby Amarantos, Pablo Vittar e Baiana System.
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E em meio a essa diversidade, um leve toque pernambucano. Três artistas da terrinha marcam presença em “Caju”: a cantora Priscila Senna, o pianista Amaro Freitas e o multi-instrumentista e arranjador Henrique Albino.
Musa
Um dos mais festejados nomes do brega pernambucano, a cantora olindense Priscila Senna foi convidada de Liniker na faixa “Pote de Ouro”, coproduzida por Marcio Arantes. Um brega dançante (com direito ao clássico solo de sax) com elementos eletrônicos, que versa sobre uma desilusão amorosa.
Em entrevista no “Conversa com Bial”, Liniker confessou: “A Priscila foi a minha artista mais ouvida no ano passado (...). Eu, Liniker, enquanto canceriana, me identifico porque ela canta de um jeito rasgado, aquela paixão avassaladora, quase platônica”, declarou.
A participação em “Caju” representa mais um passo de Priscila na construção de sua trajetória nacional, somando-se a feats com nomes como Lucy Alves, Zé Vaqueiro, Nattan, Mari Fernandez e vários outros artistas.
Amaro e Henrique
Outra faixa de “Caju” com uma pitada pernambucana é “Ao teu lado”, feat de Linker com Anavitória, que traz Amaro Freitas ao piano e contou com os arranjos para orquestra de Henrique Albino.
Amaro Freitas, instrumentista brasileiro de jazz mais aclamado na atualidade, veio da periferia recifense e hoje roda o mundo inteiro com seu piano, e já colaborou com nomes da música popular como Criolo, Milton Nascimento, Sandy, Lenine, Zé Manoel, Alaíde Costa etc.
Em “Ao teu lado”, o pianista imprimiu a atmosfera de trilha de cinema que a música pedia. Foi ele que indicou o amigo e parceiro Henrique Albino para colaborar na faixa.
Albino escreveu o arranjo de cordas e sopros executado pela Orquestra Brasil Jazz Sinfônica. Atualmente, aos 31 anos, é um dos nomes mais criativos e promissores da nova geração de músicos e arranjadores pernambucanos, buscando um caminho fora do convencional, assim como sua principal inspiração, Hermeto Pascoal.
“Ao teu lado” tem uma atmosfera cinematográfica, mais especificamente de cinema japonês, a pedido de Liniker, “que queria um arranjo mágico, algo tipo “O Tigre e o Dragão”, “Mulan”... queria uma sonoridade de filme japonês”, conta Albino.
A música foi gravada de forma livre, sem metrônomo, o que é um desafio para o arranjador “principalmente depois, para gravar a orquestra no estúdio. Quem faz gravação sabe que isso é uma das coisas mais difíceis que existe”, diz Albino, cuja mão está presente em trabalhos de Elza Soares, Elba Ramalho, Spok, Alaíde Costa, Orquestra Frevo do Mundo e nos arranjos de diversas orquestras de frevo de rua.