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"Cangaço Novo" traz Sertão contemporâneo e cheio de ação; confira entrevista com elenco e diretores

Com protagonista pernambucano, série do Prime Video estreou nesta sexta-feira (18)

"Cangaço Novo", série do Prime Video"Cangaço Novo", série do Prime Video - Foto: Victor Jucá/Divulgação

O Sertão nordestino é cenário para uma trama repleta de suspense, personagens complexos, carga dramática e ação a perder de vista. Todos esses elementos caracterizam “Cangaço Novo”, nova superprodução brasileira do Prime Video, que chega nesta sexta-feira (18) à plataforma de streaming.  

Composta por oito episódios, a série conta com elenco predominantemente nordestino e traz em sua direção as assinaturas de Fábio Mendonça e Aly Muritiba. O ator pernambucano Allan Souza Lima interpreta uma dos protagonistas da história: um pacato bancário que, ao ser confrontado com o seu passado, se vê envolvido com o crime organizado, política e policiais corruptos. 

Na trama criada por Mariana Bardan e Eduardo Melo, Ubaldo (Allan) vive na cidade de São Paulo e não tem lembranças de sua infância. Após ser demitido e precisando de dinheiro para cuidar do pai adotivo, ele resolve viajar até o Sertão do Ceará em busca de uma herança recém-descoberta.
 

Ao chegar à cidade de Cratará, o personagem passa a ser cultuado pela semelhança com seu pai biológico, Amaro Vaqueiro, considerado uma figura mítica na região. De formas diferentes, as duas irmãs de Ubaldo mantêm vivo o legado de seu genitor. Dinorah (Alice Carvalho) integra uma gangue de ladrões, sendo a única mulher do bando. Já Dilvânia (Thainá Duarte) lidera um grupo de devotos do seu falecido pai.

Pressionado a cumprir o que dizem ser seu destino, Ubaldo passa a chefiar os novos cangaceiros. Ao lado da irmã e de outros companheiros, ele explode bancos e domina pequenas cidades com armas de grosso calibre, acreditando que, ao desafiar as autoridades locais, poderá fazer a diferença para aquela população.

Personagens com várias camadas
Em entrevista à Folha de Pernambuco, o elenco da série falou sobre a construção dos seus papéis. Atriz potiguar, Alice Carvalho contou que seu maior desafio foi se afastar do julgamento moral sobre Dinorah. “Eu tive que encontrar uma maneira de colocar para fora essa personalidade violenta e raivosa. Me vi em um lugar que achava feio, mas precisava entender o escudo ético da personagem”, relembrou.

Thainá, por sua vez, teve que buscar maneiras de se comunicar sem a voz, já que sua personagem na série não fala, por causa de um abuso sofrido na infância. “Desenvolvi, junto com a direção, como seria essa linguagem. Cada personagem com o qual a Dilvânia  interagiu exigiu um tipo de comunicação diferente e o roteiro foi muito permissivo para que eu encontrasse isso”, contou.

Outro nome pernambucano no elenco é o da atriz Hermila Guedes. Ela interpreta Leinneanne, empresária e esposa do candidato de oposição à atual gestão da prefeitura de Cratará. “É uma personagem que flerta um pouco com o dilema entre o que ela realmente deseja para o bem coletivo e o que é apenas sua ambição por mais riqueza e poder”, adiantou. 

Após participações em trabalhos como os filmes “A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou Meus Pais” (2021), Allan Souza Lima encara seu primeiro protagonista em uma produção de grande porte. “É óbvio que é uma felicidade ter tido a oportunidade de pegar um projeto tão grande assim, mas, ao mesmo tempo, achei que era o caminho natural. Acredito que, nesse momento, eu estava preparado para isso, por minha trajetória de trabalho e pela forma que eu me dediquei durante toda a minha vida”, aponta.

Outro olhar para o Nordeste
“Cangaço Novo” traz uma imagem do Sertão que destoa da versão estereotipada tratada em outras produções. “Queríamos a imagem do Nordeste atual, sem glamourização, da maneira mais crua e verossímil que a gente conseguia. Trabalhamos com esse conceito em todas as escolhas: elenco, tipo de interpretação, locações, roupas, maquiagem, linguagem de câmera. Isso foi o nosso norte para tudo e eu acho que não podia ser diferente para contar essa história”, afirmou Fábio Mendonça

Segundo Ary Muritiba, que passou sete meses gravando na região, a concepção visual da produção foi feita através das visitas in loco. “Observamos que o Sertão de hoje é tão conectado às tendências contemporâneas quanto as capitais brasileiras. As pessoas podem não ter os mesmos acessos a determinados produtos culturais de maneira direta, mas, se a Beyoncé lançar um disco hoje, alguém pode ouví-lo em Parelhas e fazer uma versão piseiro de uma música amanhã. É um Nordeste que tem uma capacidade muito grande de fagocitar: pegar o que vem de fora e transformar em algo próprio”, apontou. 

As filmagens da série ocorrem entre 2021 e 2022, em cidades da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Os maiores desafios desse trabalho, para Fábio, foram os obstáculos logísticos e estruturais da região. “No entanto, tivemos muito mais vantagens do que desvantagens em filmar nesses lugares, porque a luz é linda, os cenários também e as pessoas nos receberam muito bem”, destacou.

Malu Miranda, chefe de projetos originais da Amazon no Brasil, destacou a aposta da empresa em “Cangaço Novo”. “O Prime Vídeo visa sempre  falar com todo o Brasil de uma maneira muito autêntica. Não é todo dia que você vê um projeto com esse tamanho e ambição no Sertão nordestino. Isso é uma coisa rara. Isso, por si só, já chamou muita a atenção, fora a nossa crença de que a história de três irmãos buscando saber suas ancestralidades pode se conectar muito com o público. É algo que, de fato, a gente espera que viaje o mundo, porque essa é uma jornada universal”, assegurou. 
 

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